Em 2024 celebram-se 50 anos de muitos episódios decisivos da luta pela independência de Angola. O nosso portal vai destacando alguns, apelando à curiosidade do visitante para explorar a documentação sobre esses e outros acontecimentos
Derrubada a ditadura em Portugal a 25 de Abril, esperava-se o fim da guerra, mas apenas a 27 de Julho o novo governo português reconheceu formalmente o direito dos povos colonizados à independência. Cumprida essa condição dos independentistas para depor as armas, as negociações avançaram e, no mês de Outubro, celebram-se 50 anos dos acordos de paz entre as autoridades portuguesas e as organizações combatentes: com a FNLA a 15 de Outubro (em Kinshasa) e com o MPLA a 21 de Outubro (junto ao rio Lunyameje, no Moxico). A UNITA tinha já acordado o cessar-fogo a 14 de Junho.
Antes disso, o MPLA atravessara situações difíceis, incluindo um fracassado congresso (Lusaka, 18-28 de Agosto) para refazer a unidade com os grupos contestatários da liderança de Agostinho Neto (a “Revolta do leste” e a “Revolta Activa”). O Congresso falhou, tal como as tentativas de unidade com intervenção de países africanos. Guerrilheiros e militantes apoiantes de Neto decidiram, então, realizar no interior de Angola, de 12 a 20 de Setembro, uma ampla “Conferência inter-regional de militantes” que definiu linhas programáticas e elegeu um Comité Central. Assim reorganizado, o MPLA assinou o Acordo do Lunyameje acima referido.
Em Novembro de 1974 foram, finalmente, inauguradas em Luanda as delegações oficiais da FNLA, do MPLA e da UNITA, chefiadas respectivamente por Hendrik Vaal Neto, Lúcio Lara e Wilson dos Santos. As três organizações que fizeram a guerra de libertação serão consideradas os únicos e legítimos representantes do Povo Angolano nas negociações com Portugal para o processo de transição para a Independência (Acordo do Alvor, Janeiro de 1975).