Paris, le 13.11.60
Meu Caro Lúcio,
Acabo de receber a tua carta. Caso já devas estar informado, o Abel encontra-se, desde quarta-feira, com a Lena. Penso que neste momento já recebeste um telegrama a esse respeito. Naturalmente ele pôs-me ao corrente das novas démarches do movimento e do desenrolar da conferência. (*)
Logo que chegues a Casablanca, comunica com o Aquino BRAGANÇA - Collège Mussulman à JETTAT. É um íntimo amigo nosso. Rapaz íntimo que viveu em Paris, na nossa companhia.
Escreve-me na primeira oportunidade, e logo te mandarei algumas páginas (artigos meus já publicados) para a brochura de que me falas. Não posso fazer nesta altura um artigo especial, pois sinto-me muito abalado. É uma grande chatice! Penso repousar-me durante o mês de Março. Aguardo apenas a chegada do advogado de Lisboa.
Como vai a Ruth? As nossas melhores saudações e para ti um abraço afectuoso do teu, Mário.
(*)Verei o Marcel proximamente em Liège. Ele não responde ao apelo. Devo ou não insistir que ele apareça em Abril na terra? Acho indispensável um encontro colectivo. Uma reunião magna nessa altura!
Carta de Mário de Andrade (Paris) a Lúcio Lara.