Resolução sobre Angola

Cota
0021.000.013
Tipologia
Declaração
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
Presídio do Comité Soviético de Solidariedade afro-asiática
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
5
Observações

Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»

RESOLUÇÃO
sobre Angola do Presídio do Comité Soviético de Solidariedade Afro-Asiática

18 de Maio de 1961
O povo angolano amante da liberdade, animado pelo exemplo dos povos irmãos da Ásia e da África que tinham sacudido o jugo vergonhoso do colonialismo, ergueu-se para prosseguir uma luta armada decisiva contra o exército regular de muitos milhares de soldados e a polícia dos colonialistas portugueses, uma luta pela liberdade e a independência da sua pátria.
O governo português fascista do ditador Salazar, violando brutalmente os seus compromissos relacionados com os Estatutos das Nações Unidas, assim como com a resolução da Assembleia-Geral da ONU, pratica em Angola uma política de genocídio e de terror massivo contra a pacífica população africana e não se detém perante nenhum crime. As aldeias africanas são incendiadas com napalm, as fontes de água envenenadas, as crianças, as mulheres e os velhos indefesos impiedosamente fuzilados e os patriotas que caem nas mãos dos destacamentos punitivos de Salazar, são submetidos a torturas desumanas e exterminados sem julgamento nem inquérito. As tropas e a polícia dos colonialistas exterminaram, num curto espaço de tempo, dezenas de milhares de ­habitantes de Angola, completamente inocentes.
Milhares de desafortunados, mulheres, crianças e velhos, deixam o país para procurar abrigo nas regiões vizinhas do Congo.
O envio permanente de novas tropas portuguesas para Angola é prova de que o governo desse país tem a intenção de continuar com as repressões bárbaras de que é vítima o povo angolano.
A actividade criminosa, sanguinária dos colonialistas portugueses goza do apoio dos Estados imperialistas membros da OTAN. Portugal oferece o seu território para a instalação de bases militares das forças agressivas deste bloco. Por seu lado, a OTAN fornece a Portugal armas e munições para que possa reprimir o movimento de ­libertação nacional nas suas colónias.
A intenção do governo português de afogar em sangue, através da brutal força militar, o movimento de libertação nacional do povo angolano, cria uma séria ameaça à paz e à segurança não só em África, mas também em todo o mundo.
Em nome do povo da URSS com 220 milhões de pessoas, o Presídio do Comité soviético de solidariedade afro-asiática:
– saúda os corajosos patriotas de Angola que se levantaram, de armas na mão, para a luta sagrada pela liberdade e a felicidade do seu povo e declara-se totalmente solidário com este povo,
– condena energicamente as acções criminosas dos colonialistas portugueses em Angola e exige o fim imediato das repressões efectuadas contra o povo angolano, assim como a libertação de todos os presos políticos; exige igualmente a aplicação, por Portugal, da Declaração histórica da outorga da independência aos países e aos povos coloniais, a outorga imediata da independência a Angola, a Moçambique e às outras colónias portuguesas e a retirada de todas as tropas do território das colónias,
– apela a todos os homens de boas vontade do mundo inteiro a oferecerem todo o tipo de ajuda na medida das suas forças e todo o seu apoio ao povo em luta de Angola.
Abaixo o colonialismo!
Liberdade para os povos de Angola e das outras colónias!
Viva a solidariedade fraternal dos povos da Ásia e da África!

Resolução sobre Angola do Presidium Soviético de solidariedade afro-asiática

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