Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»
[Nota manuscrita: R. 14.6.61] Moscovo, 8-6-1961.
Caro Viriato,
Esta manhã, tenho contacto com o comité afro-asiático que me pediu, de Pequim, por intermédio do seu embaixador, para passar por Moscovo para uma visita.
O problema é que eles querem ajudar o povo angolano em luta pela sua independência, mas como?
Eles deram-me o exemplo de Israel que vendeu armas à Alemanha Federal e que esta última as enviou a Salazar, a Inglaterra que quer enviar 4.000 soldados a SALAZAR... etc.
Eles propõem-nos a seguinte ajuda:
1.º dinheiro,
2.º medicamentos,
3.º alimentação
4.º armas.
E eu não podia responder a isso. Confirmei que isso é da competência dos partidos políticos ou então da frente unida que será formada. E que é preciso estudar sobretudo os meios de introduzir essas armas em Angola – primeiro no Congo. Eles disseram-me que isso poderia ser feito por intermédio do Ghana, Mali ou Marrocos que dispõem de tropas no Congo. Essas tropas darão essas armas aos patriotas angolanos de Léo. – Está certo?
Se vocês acharem certo, escreverão ao Comité Soviético de Solidariedade afro-asiático em Moscovo. Ou então entrem em contacto com o seu representante mesmo em Conakry. Mas é preferível escrever directamente para Moscovo.
Chegam todos os dias ao Comité trabalhadores soviéticos para darem a sua contribuição para o povo de Angola.
Fui encarregado de vos comunicar isso.
“Eles pedem-me que passe dez dias em Moscovo.”
Bom dia a todos
[assinatura de Pascal Luvualu]
Se possível, enviem um telegrama c/ urgência. Ainda estou aqui.
Carta de Pascal Luvualu (Moscovo) a Viriato da Cruz, de Moscovo