Comunicado nº 6 do Departamento de Guerra

Cota
0048.000.008
Tipologia
Comunicado
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
MPLA - Departamento de Guerra
local doc
Léopoldville (Rep. Congo)
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
MPLA
51, Avenue Tombeur de Tabora
B. P. 720 – Tel. 2452
LÉOPOLDVILLE

DEPARTAMENTO DA GUERRA
COMUNICADO Nº 6/63
O Comité Político-Militar do Movimento Popular de Libertação de Angola informa os militantes do MPLA, os comandos do EPLA e milícias populares no interior de Angola, que após inquérito das circunstâncias em que decorreu a prisão do soldado-revolucionário Mateus André Suami, em Fevereiro último na Frente de Cabinda, no decurso de uma missão individual, conforme o comunicado N.º 5/63 de 18/2/63 do Estado-Maior do EPLA, se apurou que aquele soldado do EPLA foi atraiçoado e entregue às autoridades portuguesas do posto de Massabi, por elementos da sanzala denominada Tshivovo. Levado para a base do Imafe, foi daí transferido para Luanda em avião militar especial, acompanhado do Governador do Distrito de Cabinda.
Notícias provindas da capital dão-nos conhecimento que Mateus André Suami foi sujeito a uma intensa “lavagem ao cérebro” que culminou com as declarações que fez em Luanda, à Imprensa e Rádio, no dia 3 de Março, sobre o MPLA como organização político-militar.
Consciente das pressões psicológicas e graves sevícias de que está a ser vítima aquele bravo soldado nacionalista, e certo da sua coragem, abnegação e lealdade à causa nacional, o Comité Político-Militar chama a atenção da opinião pública Angolana, Portuguesa e Internacional, para esta transgressão flagrante das convenções de Genebra de 22 de Julho de 1929 e 12 de Agosto de 1949, que estatuem sobre o tratamento dos Prisioneiros de Guerra. O MPLA, movimento nacionalista e força beligerante contra o Governo fascista de Salazar e o colonialismo português (de acordo com o artigo 1º do Regulamento de Haia de 1907), e que sempre tem respeitado as leis e costumes internacionais em relação aos prisioneiros de guerra portugueses, reafirma a sua obediência às mesmas e espera do exército português que pela primeira vez conserva prisioneiro um soldado revolucionário angolano, idêntica atitude, sob pena de represálias.
Léopoldville, 8 de Março de 1963
[carimbo do CD do MPLA]
O COMITÉ POLÍTICO-MILITAR
DOC. N.º 38/63

Comunicado nº 6 do Departamento de guerra do MPLA - Frente de Cabinda (Doc. 38/63), sobre a prisão de Mateus André Suami pelos portugueses (Léopoldville)

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