Moção dos trabalhadores do MPLA

MOÇÃO

“Mensagem do 1º de Maio aos trabalhadores de todo o Mundo”

Os trabalhadores angolanos, militantes do MPLA reunidos em Brazzaville em comemoração do 1º de Maio de 1964, no preciso momento me que os povos de Angola, da Guiné (Bissau), da África do Sul e do Zimbabwe (Rodésia do Sul), se batem de armas na mão para liquidar os últimos redutos do colonialismo e do apartheid em África, decidiram por aclamação:
1º) Saudar calorosamente os trabalhadores revolucionários de todo o Mundo;
2º) Saudar particularmente as classes trabalhadoras do Congo-Brazzaville, do Congo-Léopodville, da Zâmbia (Rodésia do Norte), do Sudoeste Africano e da África do Sul e em especial aos trabalhadores da Guiné (Bissau) e Cabo Verde, de Moçambique e S. Tomé;
3º) Saudar a Federação Sindical Pan Africana pela sua luta intransigente contra o velho e o novo colonialismo e o imperialismo e apelar para a unidade dos trabalhadores africanos e dos sindicatos africanos contra os inimigos da unidade de África;
4º) Manifestar a sua solidariedade para os trabalhadores ainda em luta directa contra o imperialismo, o neocolonialismo e o colonialismo, e em particular, para com os trabalhadores da Guiné (Bissau) e de Cabo Verde, da África do Sul, do Zimbabwe, de Cuba, do Vietname, do Congo-Brazzaville e do Congo-Léopoldville e do Chipre.
5º) Apelar para os trabalhadores africanos para que pressionem os seus dirigentes no sentido de que seja concedida uma ajuda concreta e liberdade de acção a todas as forças patrióticas angolanas que lutam contra o colonialismo português, e não apenas a uma parte delas;
6º) Apelar para todos os patriotas angolanos, sem distinção para que apoiem com todas as suas forças a realização de um Congresso das Organizações Nacionalistas Angolanas, com o fim de se estabelecer uma plataforma de unidade que faça avançar a luta de libertação do nosso Povo;
7º) Exortar os trabalhadores portugueses a recusarem-se a contribuir nos massacres levados a cabo pelos colonialistas portugueses e a lutarem contra o regime fascista do seu País;
8º) Protestar e condenar energicamente as intromissões frequentes dos imperialistas e dos seus agentes nos problemas angolanos;
9º) Rejeitar categoricamente qualquer reconhecimento de “grupos no exílio” que pretendem representar um governo angolano inexistente;
10º) Reafirmar a decisão inabalável do povo angolano de arrancar à custa de todos os sacrifícios e contra todos os inimigos a sua independência a fim de instalar em Angola um regime que vele pela felicidade das camadas mais oprimidas e exploradas do Povo Angolano.
VIVA O 1º DE MAIO!
VIVA A SOLIDARIEDADE DOS TRABALHADORES DE TODO O MUNDO!
VIVA ANGOLA LIVRE E INDEPENDENTE!
Feito em Brazzaville, no 1º dia de Maio de 1964.
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