Comunicado do MPLA sobre vinda do Comité de libertação da OUA

Cota
0064.000.031
Tipologia
Comunicado
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
Comité Director do MPLA
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
MPLA
C.P. 2353 – Tel. 4915
BRAZZAVILLE

COMUNICADO

Uma Delegação oficial do COMITÉ DE LIBERTAÇÃO da OUA deve deslocar-se brevemente a Brazzaville e Léopoldville.
Segundo a agência de Informação do Médio Oriente, este Comité tem, entre outros objectivos, “o de empreender conversações com o Sr. Agostinho Neto, Chefe do MPLA. Ainda segundo a mesma Agência, essas conversações seriam sobre a recusa do MPLA em se juntar ao Governo angolano no exílio do Sr. Holden ROBERTO assim como sobre o pedido do MPLA de conservar a sua liberdade de acção e de poder aceitar a ajuda de alguns países africanos.”
Tendo em conta que tais objectivos do Comité de Libertação não correspondem à posição do MPLA em relação ao problema angolano, este Movimento faz questão de fazer as seguintes precisões:
1. O MPLA foi e continua a ser a única Organização política angolana verdadeiramente interessada na Unidade do nacionalismo angolano e isso não obstante a recusa sistemática dos grupos que compõem a FNLA e as manobras desta Organização tendentes a perpetuar a divisão entre as forças patrióticas angolanas.
2. O MPLA continua a insistir no pedido de LIBERDADE DE ACÇÃO, quer dizer o seu direito de agir ou de poder agir para a independência do seu país e de trabalhar a fim de que sejam assegurados, da melhor forma, os interesses superiores do povo angolano.
Em função disso, o MPLA pretende recordar alguns factos.
Foi por causa das decisões tomadas pelo Comité de Conciliação em Julho de 1963, recomendando o reconhecimento de um “Governo angolano no exílio” que o Governo congolês decidiu, na época, o encerramento das nossas representações em Léopoldville e a interdição em todo o território congolês de todas as nossas actividades político-militares. Além disso, esse Comité recomendou aos países africanos a cessação de qualquer ajuda à nossa Organização e a interdição das suas actividades nesses países.
O MPLA considera portanto que foram tais decisões que travaram as suas actividades político-militares. Elas agravaram a divisão do nacionalismo angolano. Elas consagraram a existência de um “governo angolano” que apenas representa uma pequena fracção do nacionalismo angolano, que hoje é contestado pelos seus próprios quadros dirigentes, ao mesmo tempo que se produzem a um ritmo acelerado deserções em massa dos seus quadros político-militares.
As consequências nefastas da acção do Comité de Conciliação são portanto visíveis. Se, por um lado, se assiste à paralisação da luta armada devido à incapacidade do “GRAE” para conduzir a luta, por outro lado, o bloqueio dos meios de acção do MPLA dificulta a esta Organização a intensificação da luta armada.
É justamente para rectificar os erros do Comité de Libertação e para imprimir um novo ímpeto à luta de libertação do nosso Povo que o MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (MPLA) pede aos países africanos em geral e aos países limítrofes em particular a sua liberdade de acção.
O COMITÉ DIRECTOR
Feito em Brazzaville, 30 de Julho de 1964 [carimbo do CD do MPLA]

Comunicado do MPLA sobre vinda do Comité de libertação da OUA (Brazzaville)

A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.