Circular da JMPLA sobre prisões no Lobito

Cota
0068.000.002
Tipologia
Circular
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
JMPLA - Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

JUVENTUDE DO MOVIMENTO POPULAR
DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
MPLA
C.P. 2353 – Tel. 4915
BRAZZAVILLE

SECRETARIADO DO: INTERIOR

CIRCULAR

O MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (MPLA) depois das várias dificuldades impostas pelos imperialistas americanos, para impedir o andamento da nossa luta, conseguiu vencê-las e hoje o Movimento de vanguarda do ­Nacionalismo Angolano, MPLA, retomou a direcção da nossa luta. Os colonialistas portugueses continuam a massacrar os nossos compatriotas no interior do país. As prisões colonialistas encontram-se repletas de nacionalistas. Ainda há bem pouco tempo a polícia da gestapo portuguesa PIDE, prendeu os jovens ISAÍAS KAWEMA e ZADOC AFONSO que se encontram na cadeia de Mombaka no Lobito, sofrendo as mais bárbaras torturas.
A repressão continua, os povos continuam nas matas lutando com o problema da sobrevivência mas sempre se encontram batalhando contra os colonialistas portugueses. A luta do Povo Angolano não pode parar, ela prosseguirá até a VITÓRIA ou à MORTE.
A JUVENTUDE DO MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (JMPLA) lembra a todo o povo angolano, que para libertar os nossos compatriotas que se encontram nas prisões, para fazermos face às dificuldades com que se defrontam os nossos compatriotas nas matas, só com uma luta armada bem organizada e dirigida. O MPLA é a única força angolana capaz de dirigir a nossa luta. A JMPLA chama por isso [a] atenção a todo o povo angolano para que se mobilize para esta luta sem tréguas, que nos levará à Vitória final, à nossa Independência Nacional.
A Juventude deve participar activamente nas tarefas imediatas que a nossa luta exige. Toda a Juventude deve mobilizar-se para a luta político-militar contra o colonialismo português. A Juventude deve organizar-se na fronteira, nas cidades, nas vilas, nas sanzalas, nas aldeias, nas matas, formando base de apoio. A Juventude deve preocupar-se em aumentar cada vez mais o efectivo das nossas forças. Para isso é necessário organizar-se em grupos, em comités que deverão estar ligados aos destacamentos do MPLA.
Devemos estender a nossa organização em todo o território Nacional de forma a transformarmos o país numa grande força revolucionária que demolirá o colonialismo português.
A Juventude deve ser vigilante, observar com atenção as manobras dos inimigos e dos traidores e combatê-las vigorosamente. Os nossos inimigos não são só os colonialistas portugueses mas são também os imperialistas e os seus agentes, sendo alguns destes agentes, angolanos.
A Juventude deve trabalhar na alfabetização dos nossos compatriotas construindo escolas, ensinando, e deve ajudar o povo na obtenção de meios de subsistência para os guerrilheiros do MPLA.
Jovem Angolano, o colonialismo português está decadente. A luta que o povo angolano desenvolve, bem como as lutas dos camaradas da Guiné dita portuguesa e Moçambique, mostram bem que o fim do colonialismo português está próximo. Utilizemos todas as forças que estão ao nosso alcance para desenvolvermos a nossa luta.
Se estás no interior do país e te encontrares com os guerrilheiros do MPLA, deves ajudá-los porque os guerrilheiros do MPLA, defendem os interesses de todo o povo angolano. Os jovens que ainda hoje pretendem ajudar os colonialistas portugueses na sua luta de extermínio do povo angolano são traidores, e será o próprio povo quem os julgará. Jovem angolano, esclareça teu irmão da justeza da nossa luta.
A Juventude do MPLA deve lutar no sentido de unir toda a juventude angolana em volta da sua força de vanguarda, o MPLA, para que unidos facilitemos a nossa tarefa na luta contra o colonialismo português. Lutemos sem desfalecimentos até a VITÓRIA ou a MORTE.
VIVA A JUVENTUDE ANGOLANA
VIVA A JMPLA
VIVA A UNIDADE DO POVO ANGOLANO COMBATENTE

Brazzaville; 1.12.64

AC/ – Circular 54/64. A DIRECÇÃO DA JMPLA

Circular da JMPLA sobre prisões no Lobito (Doc. 54/64) (Brazzaville)

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