Memorando da UGEAN + outros documentos da UNEA

Cota
0084.000.022
Tipologia
Memorando
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel Comum
Autor
UGEAN
Data
Conservação
Bom
Imagens
24
UNIÃO GERAL DOS ESTUDANTES DA ÁFRICA NEGRA SOB DOMINAÇÃO COLONIAL PORTUGUESA (UGEAN) MEMORANDUM A razão fundamental que levou a Comissão Nacional de Angola da UGEAN (C.N.A.) a elaborar este memorandum, reside essencialmente na existência de duas organizações respectivamente UGEAN e UNEA (1) que agrupam no seu seio estudantes angolanos. Este memorandum que mostra a preocupação dos estudantes angolanos militantes a UGEAN em solucionar em bases revolucionárias o problema da unificação dos estudantes angolanos, revela a fidelidade da C.N.A. aos princípios revolucionários que sempre orientaram a acção política e estudantil da UGEAN a vanguarda dos estudantes das colónias portuguesas na grandiosa luta anti-colonialista e anti-imperialista. (1) União Nacional dos Estudantes Angolanos. Sendo assim o memorandum tem por objectivo: 1/ Recordar as démarches e os encontros oficiais tidas entre os estudantes angolanos e representantes da UNEA e os da CNA, tendo por finalidade a formação duma única e futura organização de todos os estudantes angolanos. 2/ Mostrar a natureza, contraria aos interesses do povo e o carácter pernicioso dos princípios que orientam a direcção da UNEA que em última análise só beneficia a política de repressão e de pilhagem das potências coloniais e imperialistas do povo angolano. 3/ Chamar a atenção às organizações estudantis nacionais e internacionais verdadeiramente engajadas na gigantesca frente anti-colonialista e anti-imperialista dos perigos que ameaçam a HEROICA LUTA do povo angolano. 4/ Denunciar as manobras febris encabeçadas pela clique dirigente da Conferencia internacional de estudantes CIE-COSEC e as tentativas divisionistas levadas a cabo por ela visando a divisão e desmobilização dos estudantes angolanos impossibilitando-os desta maneira de participarem activa e eficazmente na luta contra o colonialismo português e contra todos os inimigos declarados do povo Angolano. OS ESTUDANTES ANGOLANOS PERANTE UMA REALIDADE POLÍTICA Face às posições intransigentes do Governo fascista de Salazar em negar sistematicamente o direito a autodeterminação e independência dos povos sob dominação colonial vários estudantes angolanos conscientes dos seus deveres para com a pátria e seguindo o exemple de certos dirigentes políticos lançaram-se na luta clandestina tanto no interior como no exterior do país o único meio que lhes restou para poderem fazer as suas reivindicações. Por outro lado, o povo angolano opôs heroica e corajosamente uma resistência armada revolucionária dando assim início a uma nova e brilhante etapa da luta pela emancipação dos nossos povos. Este acontecimento histórico que desmistificou totalmente a política ultracolonialista de Portugal fascista, provocou em todo o mundo uma vaga de simpatias e solidariedade activa para com o povo e os estudantes angolanos. Com o aparecimento deste fenómeno político novas condições se criaram para o lançamento das primeiras bases de organização e de enquadramento dos estudantes no exterior, complemento directo da luta do povo angolano. Por outro lado, inscrevendo-se a luta de libertação do povo angolano no contexto la luta dos povos das colónias portuguesas, os estudantes angolanos afim de engajarem uma luta mais consequente, compreender que uma frente de luta dos estudantes era uma garantia lógica para a vitória de todos os povos, e, por isso ultrapassando todas as barreiras dum nacionalismo estreito, aceitaram uma estratégia geral e comum para todos os estudantes das colónias portuguesas em que os interesses nacionais específicos seriam bem respeitados. É deste modo que se explica a função da União Geral dos Estudantes da África Negra sob dominação colonial portuguesa, UGEAN seis meses depois do desencadeamento da luta armada em Angola em Fevereiro de 1961. A acção da UGEAN orientou-se especificamente tanto na formação de quadros políticos e técnicos que deverão defrontar depois da independência dos nossos países os graves problemas da reconstrução nacional, como também, aliás já se disse anteriormente, que o problema estudantil nos nossos países nasce em função a um problema político, no enquadramento dos estudantes com o fim de galvanizar e de aumentar o potencial político-militar à luta de libertação nacional. É evidente que a explicação dada sobre a evolução do problema angolano e sobre a das outras colónias portuguesas se define com clareza no perambulo dos estatutos da UGEAN que dizem: Nós, legítimos representantes dos estudantes de Angola, Cabo Verde e Guiné dita portuguesa, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Após uma tomada de consciência da necessidade premente de mobilizar e coordenar todas a forças numa frente de luta anticolonialista e anti-imperialista; Cientes da absoluta necessidade da congregação dos esforços de todos os estudantes, de um maior estreitamento de contactos entre nós para uma maior defesa dos nossos interesses, afim de impulsionar a formação de quadros nacionais; Procuramos em reforçar a unidade de todos os estudantes, tendo em consideração as aspirações nacionais no seu mais justo valor; Decidimos criar e estruturar a UNIÃO GERAL DOS ESTUDANTES DA ÁFRICA NEGRA sob dominação colonial portuguesa, como única fórmula susceptível de servir efectivamente a nossa causa comum e responder às suas características específicas. As potências imperialistas regiram fortemente, tentando por todos os meios a asfixiação ou o desvio da orientação revolucionária da UGEAN sendo por manobras tendentes ao afastamento desta organização dos congressos das organizações membros do club-Cosec ou então patrocinando a formação de organizações de tipo UNEA, cuja fundação se explica exatamente para “contrecarrer” a acção revolucionária da UGEAN, mas está apoiada pela justeza dos princípios que a guiam, desmistificou este tipo de organização desacreditando-a mesmo no seio do COSEC e de outras organizações internacionais e no seio da grande família africana finalizando-se esta acção com a expulsão da UNEA da Conferência Constitutiva da Organização pan-Africana de estudantes realizada em Nairobi em 1964. A CNA É A FORÇA MAIOR DOS ESTUDANTES ANGOLANOS Sem querer fazer grandes considerações sobre a supremacia numérica dos estudantes angolanos militantes de UGEAN controlados pela CNA, recordamos o simples facto que, vários estudantes seguindo a voz de ordem de mobilização e de enquadramento desta organização, participam activamente ao lado do seu povo com armas na mão no prosseguimento da luta pela conquista da independência nacional. Dentro deste quadro, os estudantes realizam um trabalho profundo de mobilização e de educação das massas populares e de alfabetização sobretudo dos jovens, dando-lhes um nível de formação tal, que lhes permita o prosseguimento de formação técnica e profissional nas escolas dos países que ajudam o povo angolano em matéria de bolsas de estudo sem condições. Por outro lado, as (palavras indistintas) não se limitam simplesmente com os estudantes exilados, mas também mantém contactos permanentes com os estudantes do ensino secundário e superior que se encontram no interior do país e mesmo em Portugal, promovendo e renovando a consciência revolucionária destes e organizando-os em secções que formam os núcleos vitais da CNA. Esta tomada de posição, aliás racional da CNA em colaboração com os movimentos políticos verdadeiramente empenhados nas tarefas quotidianas contra o colonialismo português, é uma tradução prática dos objectivos a que está engajada a UGEAN, sobretudo o que é indicado nas alíneas a/b/c do art.2. dos estatutos que dizem: a/ Promover e incentivar a tomada de consciência de todos os estudantes, perante o colonialismo português do seu carácter retrogrado e fascista implantado e dirigido contra os interesses dos nossos povos. b/ Reforçar a luta dos nossos povos contra o colonialismo português, visando a obtenção da independência total real e incondicional. c/ Lutar energeticamente pela obtenção das condições normais de estudo para os jovens dos países africanos sob dominação portuguesa no sentido da edificação e do progresso desses países. Recordando as diligencias feitas entre as duas partes, deve se salientar que a direcção da UNEA cedeu às grandes pressões das massas estudantis membros desta organização, que movidos pelas aspirações e pelas reivindicações das massas populares exigiram a aproximação e a discussão no seio dos estudantes angolanos respectivamente os das organizações super-citadas do drama que atravessa o nosso povo e a necessidade urgente de encontrar-se uma fórmula correcta à solução do problema estudantil angolano. Foi assim que os estudantes esclarecidos da UNEA tomaram a iniciativa na realização do Seminário Técnico dos estudantes angolanos que teve lugar em Genebra de 26 de Março a 1 de Abril de 1964. A representatividade indiscutível deste encontro em que estiveram representados cerca de 60 estudantes de todas as tendências do movimento de libertação nacional, foi a primeira na história do movimento estudantil angolano, marcando uma nova e importantíssima etapa na luta dos estudantes contra o colonialismo português. A imprensa africana e internacional não pôde deixar de exprimir nos seus editoriais o significado singular deste acontecimento o que demonstrou o alto valor e nível de consciencialização política dos estudantes, que pondo de parte as suas convicções políticas ou comunhões filosóficas chegaram a uma conclusão mínima de colaboração, como se exprime nos parágrafos do comunicado final que dizem: “O seminário felicita-se em ter reunido os estudantes de diversas formações políticas (FNLA - MPLA) e estudantes da (UNEA - UGEAN) assim como estudantes não afiliados a nenhuma das organizações indicadas. Considerando que a divisão actual do movimento estudantil angolano compromete a contribuição concreta dos estudantes à luta de libertação nacional. Faz apelo aos movimentos e aos partidos nacionalistas angolanos que se esforcem a todo o preço para ultrapassar as divergências políticas e que se unifiquem numa frente única de combate, porque a divisão atrasa a vitória da nossa causa e o triunfo das aspirações nacionais do nosso povo. Propõe no plano estudantil o alargamento das duas comissões já existentes pela UNEA para a preparação dum Congresso abrindo dos estudantes da UGEAN representados pela CNA e aos estudantes que não são membros das organizações citadas. Esse Congresso transformar-se-á pois em Congresso de todos os estudantes angolanos (UNEA - UGEAN) e estudantes não membros das organizações existentes.” A tradução prática dos princípios e engajamentos adoptados no seminário técnico de Genebra tornou-se uma das constantes fundamentais da CNA no plano esterno. Foi assim que seguindo a dinâmica e a evolução do problema angolano a CNA teve um encontro oficial com o Comité Executivo da UNEA afim de se discutir as bases em que se devia realizar o congresso de todos os estudantes angolanos. Este encontro teve essencialmente a virtude de localizar no seu devido prisma o problema em que se bate o estudante angolano e sem escrúpulos fez-se uma análise dialéctica da conjuntura política angolana. Os resultados deste encontro que vem bem expresso no comunicado final aprovado por unanimidade colocam os estudantes angolanos no seu verdadeiro lugar no contexto político da luta do nosso povo. Esta reunião que teve lugar entre 12 a 15 de Junho de 1965 decidiu: “Animados com um espírito revolucionário de ver resolvido o problema da divisão existente no seio do movimento estudantil angolano. Após uma análise profunda dos pontos essenciais que se impõem na dinâmica revolucionária estudantil, nós estudantes. Conscientes de que, para uma independência de Angola, será necessário na luta revolucionária uma mudança radical nas estruturas existentes e uma participação activa dos Estudantes no Movimento de Libertação Nacional. Conscientes de que, o agonizante colonialismo português, apoiado pelos seus aliados da OTAN, pretende perpetuar o clássico sistema de exploração, mantendo o obscurantismo e utilizando métodos desumanos da liquidação física e cultural do Povo Angolano. Conscientes de que, o imperialismo internacional encabeçado pelo imperialismo americano, tenta por todos os meios de corrupção imiscuir-se nos problemas do nacionalismo angolano, sendo assim a fonte principal de divisão do Movimento de Libertação. Constatamos que, a União das Populações de Angola (UPA) é um dos instrumentos utilizados pelo imperialismo americano. Constatamos que, alguns estudantes angolanos, movidos por ambições individualistas servem interesses estrangeiros, tentando criar a confusão dentro do Movimento estudantil, agindo assim como vis mercenários Recomendamos, a criação num Congresso de uma futura única organização estudantil angolana sob bases revolucionárias, que substituirá a União Nacional dos Estudantes Angolanos (UNEA) e a Comissão Nacional de Angola da UGEAN Manifestamos o desejo de colaborar activamente com os jovens revolucionários dos outros países em luta contra o decadente colonialismo português, na UGEAN reestruturada em bases federativas. Recomendamos que a futura Organização seja independente de todos os partidos políticos. Exigimos a Unidade de acção de todos os verdadeiros nacionalistas angolanos. Decidimos apoiar o Movimento Político que se identifique com os nossos princípios revolucionários de luta, no caso da impossibilidade de formação de uma verdadeira Frente Unida. Recomendamos a colaboração estreita com a União Internacional dos Estudantes (UIE) que por várias vezes deu provas da sua actividade positiva na resolução dos problemas estudantis de Angola. Consideramos que a conferência Internacional dos Estudantes (CIE/COSEC) tenta dividir e imiscuir-se de maneira flagrante e inconcebível nos assuntos internos dos estudantes angolanos, reservamo-nos a tomar uma posição sobre a CIE/COSEC face ao seu comportamento futuro para com a nova Organização. Exigimos que nós, estudantes angolanos, temos de dar uma contribuição concreta como complemento directo da luta de libertação nacional.” As forças imperialistas mundiais não podiam continuar inactivas frente ao processo cada vez mais evolutivo do problema de reunificação dos estudantes angolanos e servindo-se então da CIE-COSEC a quem estamos tentados a chamar a justo título CIA-COSEC, força de frappe das potências imperialistas agrupadas no seio do bloco agressivo da OTAN, organização contra-revolucionária que semeia a subversão no seio das organizações nacionais estudantis em especial dos países em luta, lançarem imediatamente uma ofensiva perniciosa contra todos os objectivos realizados teoricamente nos encontros tidos entre a UNEA e a CNA culminando com o financiamento calculado em 10.000 US dólares para a realização duma assembleia de estudantes em Utrech precedida de reunião de Durenasch que teve por fim a renovação do Comité Executivo da UNEA que com a CNA vinha realizando um trabalho positivo e a rejeição sistemática de todos os engajamentos entabulados até então. Este golpe dado à luta do povo angolano serve exactamente aos interesses das potências interessadas no atraso e no desvio da acção das massas populares e demonstra claramente o papel que jogam certos estudantes angolanos da UNEA, que submetem a sua orientação a das organizações estrangeiras. Entretanto, ao mesmo tempo que a CNA se determina a combater todas estas obstruções grosseiras e todas estas atitudes altamente reacionárias da parte da Direcção de UNEA, ela declara solenemente perante o Povo Angolano, perante o mundo, que la não poupará todos os seus esforços para a realização das aspirações mais profundas das massas estudantis e ligada ao movimento de libertação nacional verdadeiramente revolucionário, prosseguirá a sua luta até a vitória final. CONCLUSÃO A CNA luta pelos objectivos maiores da Revolução Angolana. Considerando o problema estudantil como problema político, a CNA engaja-se determinantemente dentro dos princípios revolucionários que sempre orientaram a sua acção, a pôr em prática as deliberações das reuniões tidas com as outras tendências do movimento estudantil angolano. Quanto à posição da CNA sobre o problema da unidade do movimento estudantil, resume-se no seguinte: “Nas condições difíceis da nossa luta, a unidade das forças revolucionárias e a solidariedade internacional activa constituem a arma mais poderosa para o triunfo total da nossa Causa. É neste sentido que a CNA se debruça seriamente sobre o problema da unidade que considera uma das condições essenciais para o reforço da nossa luta revolucionária contra o colonialismo português. Daí a necessidade imperiosa de estabelecer um diálogo profundo entre todos os estudantes angolanos, de travar uma luta árdua não somente para impedir o agravamento da divisão já existente, mas que é um processo de unificação revolucionária possa essencialmente ser realizado.” A CNA toma a liberdade de publicar como “Aide-Mémoire”, todo o processo-verbal e deliberações do dito congresso de UNEA realizado em Utrech para melhor e mais justa ser a apreciação deste Memorandum. Feito em Brazzaville, aos 26 de Junho de 1966 PELA COMISSÃO NACIONAL DE ANGOLA ----- DES EXTRAITS DU PROCES VERBAL DE LA REUNION DE L’U.N.E.A. A DURENASCH Séance du 26 - 6 - 25 (20 heures 50) “............Valentim : Nous sommes ici pour bâtir et non pas pour détruire. J’aimerais pas parler des gens qui reçoivent de l’argent de Bakoff, d’Emerson pour leur télévision, leur maison, etc.. Les frères Mathieu, Memvanga et Ndele font savoir à l’assemblée que demain après-midi, ils seront obligés de partir jouer au football avec l’université. Abrigada : Je sais que nous sommes tous membres de l’UNEA et en tant quels, nous n’avons pas besoin de lettres de créance pour discuter les problèmes de notre pays. D’autre part, les sections n’ont pas été créées partout. Calvino : Je propose que l’on discute tout point par point. Si Valentim n’est pas d’accord qu’il ne parle pas. Ndele : Tous tes membres de l’exécutif et les membres qui ont essayé de suivre les développements de ‘UNEA ont constaté que l’organisation ne marche pas. La crise est là, elle s’est manifestée surtout après Octobre 1964. L’UNEA n’est pas arrivée à réaliser son congre. En Octobre dernier le comité exécutif, réuni à Fribourg, a nommé des commissions pour préparer ce congrès. Ce dernier était prévu pour Décembre de la même année. Nous avons rencontré des difficultés de tous genres. On l’a ensuite fixé pour pâques: mêmes difficultés. Dernièrement, le comité exécutif et le frère Valentim ont eu une réunion. Les ponts étaient, après cette réunion, coupés avec Valentim. Nous avons ensuite reçu la lettre de Paul Touba qui mettait en cause les commissions. Vu la conclusion au sein de l’exécutif (différend) entre le Comité exécutif et Valentim, lettre de (Touba), les commissions ne savaient plus comment travailler. Alors les membres des commissions se sont réunis et ont jugé bon qu’il y ait une réunion (comité exécutif, sections, commissions), afin d’avoir une vue large sur les problèmes que l’on devait discuter avec la commission nationale de ‘Angola de l’UGEAN. Da Costa : Ndele vient de dire que les commissions ont jugé bon de se réunir avant la rencontre avec l’UGEAN et voilà que c’est aujourd’hui seulement que nous sommes là. NDELE : Malheureusement par manque de fonds, nous avons dû faire appel à la CIE pour qu’elle nous aide a tenir la réunion. Au début les choses allèrent bien, la CIE était d’accord. 3 jours après, le représentant de l’USNSA (Bakoff) est venu discuter avec nous pour voir ce qu’il y avait. Il possédait une liste de participants ainsi que les modalités qu’il avait reçues a Leiden. Il nous imposait sa liste: ou celle-ci ou rien du tout. Nous avons contesté la liste car nous voulions que les résolutions de la réunion aient des bases solides. On avait quelques membres de plus que sur la liste de Bakoff. Ce dernier nous a assuré qu’il remettait l’affaire aux mains de la CIE et que la chose marcherait. Quelques jours après, on nous téléphone de la CIE pour nous dire que la réunion ne pourrait pas se tenir à la date fixée, car il fallait au moins 7 jours pour récolter des fonds et aussi parce que Valentim devait partir pour l’Afrique. Notre rencontre avec ? UGEAN ayant été fixée à l’avance, nous ne pouvions plus la décommander. Lundi dernier, Wilfried en l’absence de Valentim et de Tom, m’a téléphoné pour me demander si on était intéressé d’avoir notre réunion du 25 au 27. Il a dit que tout était arrangé et qu’il fallait se mettre en contact avec le tourisme étudiant suisse. J’ai alors contacté les membres de Lausanne et j’ai ensuite écrit de lettres pour que cette réunion se tienne. Je suis prêt à répondre à toutes les questions. Calvino : Si certains ont des éclaircissement a apporter, je leur donne la parole. Touba : Quand on dit que cette réunion a été préparée par la CIE est-ce que cela signifie que c’est la CIE qui pensé qu’une telle réunion était nécessaire out est-ce nous qui l’avons pensé? Da Silva : La question est de savoir jusqu’au allèrent nos limites dans la préparation de cette réunion. Valentim avait dit que la CIE avait envoyé les billets. L’UNEA selon ses status devrait avoir chaque année une assemblée générale. Si on n’a pas pu la réaliser, c’est parce que la CIE n’a rien voulu faire. Nous avions pensé qu’il était nécessaire de se réunir avant la rencontre avec l’UGEAN. Malheureusement la CIE a constaté que notre point de vue n’était pas important, alors elle nous a imposé une liste de noms et le lieu de la rencontre. Nous avions des USA et d’Afrique. Duarte : Il parait que les étudiants des États-Unis avaient déjà leur billet d’avion pour la réunion du 10 Juin. Que s’est-il donc passé? Sangumba : On avait reçu les billets, mais les Américains nous les ont retirés. Ils en avaient fourni 2, mais jusqu’ici nous ne savons pas pourquoi ils les ont retirés. Touba : On s’était réuni eu début du mois de mai et on avait jugé important qu’une délégation soit envoyée dans les pays il y a des étudiants angolais de diverses opinions. Ou trouver les billets? On a donc envoyé une délégation de New York à Philadelphie pour contacter l’USNSA. Elle a donné son accord, mais ce dernier n’était pas définitif. L’USNSA examinerait d’abord la situation. Alors qu’on attendait une réponse, on a reçu une lettre de Ndele, qui nous parlait de cette réunion. On en a donc profité pour renforcer notre demande. L’USNSA a donc décidé de nous donner 2 billets. Le 9, la section a téléphoné à Philadelphie. Moi-même, j’y suis allé chercher les billets. Dès que je les ai pris, on m’a fait savoir qu’un télégramme venait d’arriver en anglais. Il émanait de Bakoff. On a donc attendu. J’ai téléphoné à New York aux camarades. Le 10, Chipenda a reçu des télégrammes du révérend Okuma de Genève afin de venir assister à la conférence, car celle-ci a bien lieu. On était confus. Ce qui nous a rendus furieux, c’est que vous ne nous avez pas écrit pour nous dire que la réunion était ajournée. On avait meme décidé de ne plus aller à la réunion. Ensuite nous avons reçu une lettre de Ndele adressée à Chipenda qui disait qu’il y avait bien une conférence. J’ai alors téléphone à Gracia Mathieu. Celui-ci m’a dit que les délégués viendraient d’Afrique, d’Angleterre, de France, d’Allemagne e des États-Unis. Après l’avoir entendu, alors on a accepté de venir. Calvino : Le 5 Juin on a envoyé une lettre au camarade Touba, un télégramme à Chipenda. Quelques jours après je reçois une lettre datée du 5 de Chipenda. Le 5 on a aussi envoyé une lettre au COSEC. Le 6, Bakoff arrive à Lausanne avec une liste bien déterminée. Nous avons alors contesté cette procédure. Il nous a dit aussi qu’il s’occuperait du lieu. Ensuite, il nous a parlé des tendances qui existent dans l’UNEA. Pour lui par exemple, Samuel ne pouvait pas participer a cette réunion puisque Da Silva et moi étions déjà sur la liste. Le 8, je reçois un télégramme d’Olson qui me dit qu’il me téléphonerait vers 20h.30. Il l’a fait, mais pour me répéter les mêmes choses. Pour la CIE, l’unité doit se faire au sein de l’UNEA. Pas de congres de tous les étudiants. J’ai fait remarquer a Olson que notre réunion avec l’UGEAN était fixée au 12 et qu’on devait se réunir auparavant le 10. J’ai ensuite envoyé une lettre a Chipenda qui m’a d’ailleurs répondu. Je tiens à féliciter l’attitude des États-Unis, c’est-à-dire Touba et Ornellas. Abrigada : L’affaire angolaise est prostituée dans les cafés, les bars, les dancings. Les étrangers sont là pour diviser. Partout ils font la même chose. Les Angolais n’ont pas encore de maturité pour penser eux-mêmes aux problèmes qui se posent à eux. Voici ce que les étrangers disent: “Si tu veux que je t’aide, fais ça, fais ci”. Les Angolais devraient refuser. J’espère qu’à partir d’aujourd’hui nous commencerons à lutter. C’est le moment de mettre un frein à ces choses. S’il y a des gens qui, pour des dollars, veulent vendre le pays dans les rues prostituées d’Amsterdam, de New York ou de Suisse, alors c’est un comble. Touba : Après ces explications, il y a sans doute un dénominateur commun. Nous devons nous concentrer sur ce que nous avons de commun. Nous sommes dans la guerre, dans la guerre froide. Le monde est en révolution, quitte à nous de chercher à nous adapter. Da Costa : La première partie de ce que je voulais dire l’a été par Samuel. Les abus de la CIE est de l’USNSA nous sont connus. Une chose qui m’a frappé, c’est d’avoir entendu qu’un individu appelé Okuma téléphone aux États-Unis. Il n’a jamais été en contact avec l’UNEA, il n’a jamais rien donné. La réunion doit demander au comité exécutif de prendre une position contre la CIE, l’USNSA, Okuma et CIE. Da Silva: Beaucoup de dangers nous guettent, il faut redoubler de vigilance. Nous n’arriverons à rien si nous subissons toujours de pressions. Essayons de nous libérer de ces pressions. Wanga : Je suis étonné de savoir que Okuma s’est mêlé de cette affaire. Est-ce vraiment lui? Il faut qu’on maintienne notre indépendance. Nous sommes ici grâce au COSEC. Sana la COSEC on ne peut rien faire. Valentim : ... Dans la CIE, il n’y a pas un bloc monolithique. Si je vais à Moscou avec une grande barbe, on ne me donnera pas d’argent, car il faut que je sois engagé. Nous devons voir comment on est indépendant. La CIE a complement changé. Si on veut nous aider, on nous demande tous les renseignements auparavant. Calvino : Nous sommes tous d’accord sur la question d’indépendance. Que l’on nous impose pas de solution! Comme l’a dit Valentim, beaucoup d’entre nous sont boursiers de missionnaires. Quant à M. Okuma, je lui avais parlé des manœuvres de la CIE et il m’a dit qu’il a téléphoné à un de ses collègues aux États-Unis. On passe alors à la discussion du point 2. Le secrétaire lit la lettre de Touba. Touba : J’ai présenté des faits concrets et j’ai vu la situation sur 2 plans. J’ai fait l’autocritique du comité central. Cette lettre est plus ou moins dans la ligne dans laquelle nous travaillons aux États-Unis. Normalement d’ailleurs ce comité ne devait plus être au pouvoir. Je pensais que la situation de Rugel avait changé. Je constate qu’au point de vue politique il y a beaucoup de courants. Alors j’ai pensé qu’on devait faire une pause sur cette affaire d’appuyer le GRAE. Il faut travailler ensemble avec des courants divers. Quant à l’affaire de l’UGEAN, nous ne devons pas espérer une homogénéité de 100% en Angola. Je reçois des lettres de Rabat, de Prague de personnes qui ont vu notre ligne. Pour moi, c’est ceux-là qui représentent le courant de l’UGEAN. Lecture du communiqué de Da Costa (au nom de la commission) du 18 Mars 1965 Alors que l’UGEAN est en train de nous faire la guerre, nous ne pouvons pas discuter avec elle. Il faut un climat propice pour toute discussion. J’expliquerai le reste de ma lettre demain. Valentim : Après le séminaire de Genève, il y a des gens qui n’étaient pas d’accord avec ce séminaire. Maintenant on dit que c’est moi qui suis contre l’unité. La séance est levée à 2h. du matin. ---- COMPTE RENDU DE L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE DE L’UNION NATIONALE DES ETUDIANTS ANGOLAIS Séance d’ouverture: 16h10 du 31 Août 1965. Le Secrétaire-Général de l’UNEA, José N’dele, rappelle en quelques mots de devoir impératif des étudiants angolais de rendre hommage a tous ceux qui. Depuis plus de 4 ans, tombent sur le champ d’honneur pour la libération du Peuple Angolais de la domination coloniale portugaise. Il introduit ensuite le Président-Général de l’UNEA, Jorge Valentim, qui prononce son discours d’ouverture officiel. PRESIDENT VALENTIM: Chers délégués étrangers, collègues de l’exécutif de l’UNEA, chers frères. Il m’est un peu difficile, je dois vous le dire avant tout, de bien m’exprimer en ce moment, car tout ce que j’aurai à vous dire, je dois le prononcer en deux langues. Il est tout à fait normal qu’à l’ouverture officielle d’un Congres comme le nôtre, des observateurs étrangers viennent nous exprimer par leurs messages la sympathie de leurs organisations envers notre organisation et envers notre cause. C’est triste que, cette fois-ci non plus, nous ne puissions tenir notre Assemblée sur le sol national. Eh bien, je vous remercie, vous tous, mes frères, d’avoir fait de l’écho à mon appel. Cette réunion devra, en effet, contribuer à la solution de nos problèmes, de ceux de tous les étudiants angolais, en somme des problèmes du Peuple Angolais. C’est tout à fait normal qu’il y ait divergence dans les vues et dans les méthodes. Cependant, cela ne devra pas nous empêcher d’en discuter et de collaborer pour obtenir l’unité et la libération du Peuple Angolais. Que l’opinion de chacun de nous puisse représenter celle de beaucoup d’autres qui par une raison ou l’autre seront dans une atmosphère fraternelle et que nous ne sortions pas de cette salle plus divisés encore mais plutôt animés tous d’un esprit unitaire. Notre organisation, étant membre de la Conférence Internationale des Étudiants, a le droit de bénéficier de l’aide et de la solidarité de cette organisation-ci. Cette réunion se réalise grâce à l’aide de celle-là et son Secrétaire-Général, ici présent, a tenu a venir personnellement saluer notre Assemblée. A son côté se trouve un membre du Comité Central de l’Union Nationale des Étudiants de Mozambique (UNEMO), qui en route pour Dar-Es-Salaam ou se tiendra bientôt le Congre de son Union est venu agrémenter notre Assemblée avec sa présence et nous exprimer la solidarité de nos frères de langue et de culture et qui comme nous combattent, eux aussi, le colonialisme portugais. Nous devons remercier aussi la tolérance du gouvernement de ce pays qui par l’appui de la Conférence Internationale des Étudiants nous a accordé son l’hospitalité. Chers délégués étrangers et chers membres de l’UNEA, encore une fois je tiens à vous remercier au nom de l’Union Nationale des Étudiants Angolais et du Comité sortant de votre présence. Je passe maintenant la parole à Mr. Ed Garvey, Secrétaire-Général de la Conférence Internationale des Étudiants pour nous faire entendre son message. (Mr. Garvey parle en anglais et ensuite un membre de l’UNEA fait la traduction suivante en français): M. GARVEY: Avant tout je vous remercie de votre invitation qui me permet d’exprimer les vœux de la Conférence Internationale de Étudiants à votre Assemblée. La CIE ne veut qu’aider les Angolais à se libérer. C’est pourquoi dès que le Comité Exécutif de l’UNEA par l’intermédiaire de son Président a demandé au Secrétariat de financier cette réunion, nous avons fait de notre mieux pour vous apporter toute aide possible. Ce n’est pas parce que ce sont les Angolais qui ont demandé de l’aide qu’on leur a accordée, mais parce que notre programme de solidarité internationale estudiantine nous oblige à appuyer tous ceux qui font appel à nous. A la fin je voudrais exprimer mes vœux les plus sincères de voir un jour la CIE représentée en Angola afin de jouir avec vous de la joie de votre indépendance. Ensuite le Président-Général de l’UNEA cède la parole à M. Alberto F. Jentimane, membre du Comité Central de l’Union Nationale des Étudiants de Mozambique. M. Alberto F. JENTIMANE: Monsieur le Président, Chers Camarades, Permettez-moi, avant tout, de vous remercier de votre honorable invitation à cette ouverture officielle de votre Congres qui, je pourrais dire, est aussi le nôtre, de nous les Mozambicains! Je n’ai aucun doute de ce que votre opinion et votre espoir dans cette Assemblée, comme c’est le cas pour nous, soient plus importants que ceux des Assemblées de toutes les autres Unions. Pour l’UNEA aussi bien que pour l’UNEMO, les conséquences des résolutions qui seront prises par cette Assemblée concernent le sort de tout un peuple. Ce n’est donc pas le lieu d’entraînement aux débats académiques, ou parlementaires, mais une réunion ayant comme but de discuter et de chercher des solutions aux problèmes que l’Afrique, notre Patrie-Mère, affronte depuis les siècles. Dès la création de l’UNEA en 1962, l’UNEMO a trouvé en elle une sœur et compagne de lutte contre les forces destructives internes et externes. Les forces externes hostiles à l’existence aussi bien de l’UNEA que de l’UNEMO sont à cause de la plupart des difficultés de nos deux organisations. Malgré que ces forces offensives n’aient pas cessé de nous attaquer, notre lutte a surmonté la première phase et nous marchons vers la victoire. C’est ainsi que l’UNEA peut maintenant se concentrer à mieux bâtir sa maison, c’est-a-dire, résoudre ses problèmes internes. Ayant parlé des problèmes internes, je me rappelle les articles que j’ai lus dans les dernières publications de l’UNEA dont le thème principal est toujours l’unité des étudiants angolais. Cette unité y est considérée comme la source d’une force dynamique pour la libération rapide et complète de l’Angola. Certains articles allaient même jusqu’au point d’étudier les causes du manque d’unité ce que prouve que vous étés conscients du problème et que vous étés en train d’essayer d’en trouver une solution. Avant que je passe à un autre point, permettez-moi que j’attire votre attention le fait que le problème d’unité n’est pas seulement un problème à vous. Il suffit de lire quelques articles de nos publications pour constater que l’UNEMO a affronté et affronte aujourd’hui ce problème. Partant de ces faits je suis convaincu que vous étés tous venus à cette Assemblée dans la détermination de déployer tous vos efforts et tous vos sacrifices afin que l’Unité Estudiantine Angolaise devienne bientôt une réalité. Tout étudiant angolais et mozambicain comme je l’ai dit au début de cet exposée ont leur espoir tourne vers vous. Si ce congrès est une réussite comme nous tous le souhaitons, une partie de votre mission sera accomplie. Permettez-mois que je répété qu’une partie de votre mission sera accomplie, car je suis sûr et certain que l’unité n’est pas en elle-même le but, mais le moyen pour atteindre la libération immédiate et complète de la Patrie-Mère, l’Angola. L’unité tant recherchée n’est donc que la plate-forme commune d’action vers la libération du patrimoine angolais. Vous savez autant que moi les mauvais traînements et les atrocités que le gouvernement colonial portugais de cesse de commettre sur nos peuples. L’heure est tragique. Eh de moment même les centaines, varie des milliers de vos parents, frères et amis succombent dans les prisons, dans les travaux forcés, ou plus encore, sont victimes de la répression génocide de les balles de mitrailleuses et des bombardements aériens. Le corps estudiantin ne doit seulement former un réservoir d’intellectuels et de leaders de demain, mais plutôt rassembler des forces pour le présent. Il ne revient pas à nous, en tant qu’étudiants et partis intégrantes de la Révolution de nos peuples de réserver nos forces pour l’avenir. C’est à présent peut-être plus que jamais que nous devons nous implorer pour le bien du peuple. De toute ma conviction je proclame au nom de l’UNEMO mon espoir que ce congrès non seulement va déployer tous les efforts en vue de l’unité, mais aussi va faire de cette unité une force d’action qui vous permettra de mieux aider les frères qui se trouvent réfugiés au Congo-Léopoldville, Congo-Brazzaville et en Zambie. Il y a quelques jours que j’ai lu dans un journal que l’assemblée occidentale a des bases militaires au Portugal d’une valeur de 60.000.000 de DM. J’ai lu aussi que le gouvernement français a établi un accord avec le Portugal prévoyant l’entraînement dans la tactique de “guérilla”. Notre région est une des plus riches de l’Afrique et les impérialistes essayent par tous les moyens de perpétuer la domination coloniale. Notre ennemi est fort car les alliés lui fournissent des armes. Mais ceci ne doit pas être un facteur démoralisant, plutôt un facteur qui réaffirme notre détermination d’aller jusqu’au bout. Luttons, chers frères, car nous sommes dans une bataille imposée. La mort pour la Patrie est plus noble que la vie dans l’esclavage. Avant de terminer, permettez-moi que je vous exprime la forte solidarité de l’UNEMO dans votre Cause qui est aussi la nôtre et les vœux de bonne réussite dans vos travaux. Luttons, la victoire est à nous! Merci pour l’attention prêtée à mon discours. Ensuite le Président-Général lit les messages reçus des organisations amies. Le PRESIDENT-GÉNÉRAL: “L’Union Nationale des Étudiants Suédois envoie ses meilleurs vœux à l’UNEA (Angola). Espère que la réunion sera fructueuse. Exprime son appui continuel dans votre lutte pour la libération de l’Angola. Swedstudent” (traduction) “Nos meilleurs vœux pour conférence réussie et pour la continuité de votre œuvre grandiose en faveur des étudiants angolais. Bill Savage Président NUSWNI” (trad.) “A l’occasion de votre congres le VDS vous envoie des salutations chaleureuses stop meilleurs vœux pour succès dans les efforts d’établir l’unité de projet et d’action. Fraternellement - VDS” (trad.) Les messages lus, les observateurs étranges se retirent. Puis un membre du comité préparatoire, Carlos Nensala, prend la parole pour exposer la cause et le but de cette Assemblée. NENSALA: Monsieur le Président, membres du comité préparatoire, camarades de la Révolution, Malgré qu’il soit une répétition de ce que nous savons, nous tous ici présents, je trouve que c’est bien de rappeler que notre présence ici a des antécédents et des conséquences. Par des antécédents, je veux dire que cette Assemblée réunie ici aujourd’hui n’est plus que la concrétisation des résolutions posées à Durrenasch en juin dernier. De telles résolutions se sont imposée que la nationalisation de l’UNEA soit d’une nécessité urgente, mais afin qu’elle soit concrétisée, il faut que l’UNEA s’organise d’abord dans le cadre interne et que cette organisation ne puisse être effective qu’a travers un nouveau comité exécutif. Cependant pour qu’il y ait ce nouveau comité exécutif, doué et imbu d’un nouvel esprit totalement différent de celui du comité sortant, un comité doué d’un caractère très adaptable et capable d’affronter des problèmes de la nouvelle phase que l’UNEA se propose d’entamer. Un pareil exécutif ne peut résulter que d’un travail sérieux, profond et consciencieux. Pour qu’un travail soit sérieux et profond, il faut du temps et beaucoup de réflexion et pour qu’il soit consciencieux, il faut la liberté de pensée et d’action. Notre réunion de Durenasch a prévu toutes ces étapes et a fini par mandater le comité exécutif de créer un comité préparatoire pour la préparation d’une Assemblée Extraordinaire de l’UNEA. Un communiqué du 9 août dernier émanant du comité central a publié le liste des membres de ce comité préparatoire dont voici les noms: Jorge Valentim Job de Carvalho João Macondecua Paul Touba Carlos Nensala José N’dele C’est au nom de ce comité préparatoire que je vous présente un message fraternel de la bienvenue à tous les membres ici présentes comme représentants de la grande famille UNEA; un message d’encouragement dans le dilemme difficile et cruel que la famille UNEA s’est proposé: soit la victoire au sein de l’UNEA le plus vite possible, soit une désintégration inévitable, de très funestes conséquences pour le présent et l’avenir à nous et de tous ceux qui souffrent, dans le pays, à cause du mauvais emploi des occasions et des armes qui nous sont fournies. Le comité préparatoire a eu une tâche difficile soit dans la partie technique, soit dans l’adoption des principes dont les résultats son condensés dans les dossiers qui vous ont été distribués. Ce comité a travaillé sous le serment tacite de toute impartialité. Les discussions ont été parfois honteuses, mais seulement dans l’esprit du choix d’une solution la plus adéquate en ce travail comme l’émanation d’une semaine d’efforts constants pour qu’il puisse servir de base du déroulement de séance de l’Assemblée. Nous sommes ici au nom de la Nation. Ne nous détonons pas dans le détail mais cherchons l’essentiel qui pourra apporter une contribution à la solution des problèmes angolais. La Patrie souffrante à ses yeux tournés vers nous. Que cette Assemblée Extraordinaire de l’UNEA marque un pas en avant dans notre lutte honorable pour une Angola indépendant. Le Président Le Président-Général de l’UNEA clôture la séance d’ouverture et propose une pause de 25 minutes. A 18h10, les participants à l’Assemblée se réunissent de nouveau pour élire la Présidence de la Séance. Il est convenu d’avance que les deux secrétaires sont permanents tandis que le Président est élu pour une journée des travaux. Les résultats des votes donne la composition suivant du Bureau de l’Assemblée: Paul Touba - Président Florentino Duarte - Secrétaire Carlos Nensala - secrétaire Utrecht (Hollande) Le 1er septembre 1965. DEUXIÈME SÉANCE (9H30) Le frère Wanga est élu président pour la séance de la journée. Le secrétaire pour le français fait un résumé de la séance d’hier soir, afin de reprendre les débats. Sangumba: Le verbe “soutenir” signifie “appuyer”, cela ne veut pas dire que c’est le parti (GRAE) qui doit déterminer la politique de l’UNEA comme si l’UNEA était le paravent d’un mouvement politique quelconque. Par exemple, la JMPLA est le paravent du MPLA. L’UNEA n’est pas une organisation apolitique inerte et passive. Elle est active, fait partie du peuple et doit lutter pour le peuple sur les plans social, diplomatique et militaire. On a déjà parlé de l’unité des partis. Si nous admettons l’indépendance de l’UNEA, on doit accepter les divers courants politiques. Si nous sommes dépendants, alors nous disons que tous les étudiants vont faire partie de ce mouvement politique ce qui est contraire à la libre option politique de l’étudiant. Autre chose, supposons qu’aujourd’hui on appuie le GRAE et que ce soit le MPLA qui conquiert l’indépendance de l’Angola. Je ne crois pas que les étudiants seraient admis à rentrer à l’Angola, donc pour que dans le futur il n’y ait pas de problèmes, l’UNEA doit être indépendante. Voici donc mon point de vue: l’UNEA doit être une organisation étudiante politique et indépendante. Mankenda: Je remercie le camarade Sangumba de ses explications. Nous avons lu les communiqués des membres du comité exécutif ou l’on voit la position politique de chacun de ces membres. Le problème angolais est non seulement politique, mais aussi révolutionnaire, voire militaire. L’UNEA a une idéologie. Sera-t-elle l’idéologie de ensemble des partis politiques? Je vous dirais qu’admettre une indépendance totale et absolu de l’UNEA vis-à-vis des organisations qui luttent réellement est d’une utopie flagrante. Trovoada: Il y a des individus de l’UPA, du MPLA, de l’AMANGOLA. L’UNEA devrait recevoir des documents de chacun des mouvements et appuyer chacun de ceux-ci. Mais l’UNEA doit veiller sur ces documents et je pense que l’UNEA doit être apolitique selon ce que je viens de dire. Memvanga: On doit partir sur une base de discussion franche si nous voulons être sincères. Nous ne pouvons pas laisser les Portugais continuer à massacrer nos masses innocentes. Depuis que l’UNEA a été formée, nous avons toujours soutenu une institution politique. L’UNEA était dépendante. Elle a été fondée pour soutenir le GRAE. Je ne vois pas la lutte personnifiée, mais je dois dire que nos statuts avaient été faits avec Savimbi qui était ministre des Affaires Étrangères et secrétaire-Général du parti. Même dans nos lettres avec l’étranger, il y avait toujours le mot GRAE. Il faudra dire pourquoi telle chose n’a pas marché avant de vouloir tout changer. C’est au moment où Savimbi et Holden se sont séparés que nous - l’UNEA - avons ressenti les premières difficultés. Je suis partisan d’un travail solide qui peut mener notre peuple à la liberté. Il faut détruire pour construire. On ne doit pas passer au-dessus des problèmes. Makenda: Je ne crois pas à une indépendance fonctionnelle et organique de l’UNEA. L’indépendance organique est possible mais pas fonctionnelle. Je suis pas pour une indépendance de l’UNEA, car l’UNEA n’a pas d’armée. Appuyer la lutte armée, c’est poser la question des organisations politiques. Or, l’UNEA ne peut pas prétendre défendre la lutte armée sans appuyer une formation politique quelconque, je sache. Valentim: Nous nous réjouissons de nous trouver ici pour tracer une ligne. Personne ne peut me dire qu’il y a une équation positive pour la solution angolaise. Si le programme du comité exécutif arrive à un échec, on doit être en mesure de se réunir de nouveau pour changer de comité exécutif. Il est très possible qu’après plusieurs années l’affaire angolaise soit un problème de réfugies comme celui de la Palestine. Je suis déjà fatigué, car j’ai employé tout mon vocabulaire pour l’affaire angolaise. La séance est levée à 13h20. -- -- RESOLUTIONS SUR L’ANGOLA L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE De l’UNEA tenue à UTRECHT du 31 AOÛT au 3 SEPTEMBRE 1965, - consciente de la souffrance du peuple angolais, - consciente du grand nombre des réfugiés qui se trouvent à l’extérieur du pays et parmi eux un grand nombre d’étudiants dans une situation lamentable qui aimeraient pourtant poursuivre leurs études, - consciente que la lutte du peuple angolais est une lutte juste, - consciente que la libération de l’Angola est une contribution active à la paix mondiale, - consciente que l’unité de tous les étudiants angolais est un facteur important pour l’accélération de la libération de l’Angola, L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE DE L’UNEA - fait appel à tous les gouvernements, pays et organisation d’apporter une aide efficace à nos réfugiés, des bourses d’études, des médicaments, des vêtements, etc., - fait appel à l’Organisation de l’Unité Africaine (OUA) et à l’Organisation de Nations Unies (ONU) afin qu’elles apportent toute l’aide morale et matérielle pour hâter l’indépendance de l’Angola, RESOLUTIONS SUR LES ORGANISATIONS INTERNATIONALES L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE de l’UNEA - réaffirme son désir d’établir des relations amicales avec toutes les organisations internationales étudiantes, - remercie vivement l’aide matérielle accordée par la Conférence Internationale des Étudiants (CIE) pour sa réalisation, - mandate le comité exécutif de poursuivre et d’amplifier les relations amicales tant sur le plan national qu’international relations amicales tant sur le plan national qu’international avec les organisations qui sympathisent avec l’UNEA. EXHORTATIONS DE L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE SUR L’UNITÉ D’ACTION DES ÉTUDIANTES ANGOLAIS L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE de l’UNEA - fait appel à tous les étudiants angolais pour qu’ils accomplissent leurs devoirs conformément à l’esprit patriotique. VOTE DE REMERCIEMENT AU GOUVERNEMENT HOLLANDAIS L’ASSEMBLÉE EXTRAORDINAIRE de l’UNEA - remercie vivement le gouvernement et le peuple hollandais d’avoir facilité sa tenue. ---- LISTA DOS PARTICIPANTES DA ASSEMBLEIA GERAL DA UNEA X 1 - Jorge VALENTIM X 2 - Carlos NENSALA X 3 - João CHISSEVA X 4 - Job DE CARVALHO X 5 - Willis NDUMBA X 6 - Ernesto MULATO X 7 - Jacob PEREIRA X 8 - Paul TOUBA X 9 - José CHIPENDA X 10 - João MACONDECUA X 11 - André MAKENDA X 12 - Antoine DIMABU X 13 - Oscar CORDEIRO X 14 - Leopoldo TROVOADA X 15 - Pedro FILIPE X 16 - Samuel ABRIGADA X 17 - Emmanuel FERNANDES X 18 - José N'DELE X 19 - Daniel MEMVANGA X 20 - Mathieu GRACIA X 21 - Florentino DUARTE X 22 - Mateus DA SILVA X 23 - Jackson MUNZILA X 24 - Jerónimo WANGA X 25 - António ANGO X 26 - Ruben SANJOVO X 27 - Calvino DE CARVALHO X 28 - Fernandes DA COSTA X 29 - Vítor AFONSO X 30 - Manuel DA SILVA X 31 - José BASTOS X 32 - Afonso ANICETO X 33- Jorge SANGUMBA

Memorando da UGEAN; Extractos da acta da reunião da UNEA em Durenasch (26/6/65); Relatório da Assembleia Extraordinária da UNEA em Utrecht (31/8 a 3/9 de 1965); Resoluções da Assembleia extraordinária da UNEA em Utrecht

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