Cota
0088.000.008
Tipologia
Correspondência
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel Comum
Remetente
José Manuel Miló
Data
Idioma
Conservação
Razoável
Fundo
*[Manuscrito: “CÓPIA”]
13 de Dezembro de 1966
Caros Camaradas
Estou há três 3 anos nos Congos e afilhado numa Organização Política. Nunca tive tempo disponível para endereçar algumas palavras aos Patriotas que suportam a miséria, a perseguição e a nudez dia e noite, quer nas matas nas Cidades ou onde quer que seja. Chegou o momento com tudo isso. Quero caros camaradas umas breves palavras.
Camaradas.
A exploração e o terror dos colonialistas e os seus fantoches deram impulsos legítimos ao nascimento da luta armada do povo angolano, denunciando assim a sua liberdade. Esta manifestação bastou e exigiu uma repressão de lado dos colonialistas portugueses contra o povo angolano.
O povo angolano não ficou indiferente mediante essa bárbara repressão colonial dos ideiais da liberdade e de independência.
Foi praticamente a partir de 1956 que o povo angolano mostrou já uma consciência revolucionária e proclamação de luta anti-colonialista. Assim o povo português viu-se obrigado a contentar arbitrariedade contra a população inocente. Em 1959 a polícia colonialista começou a registar algumas prisões arbitrárias. Num discurso pronunciado pelo Governador Geral de Angola disse o seguinte: “a paz só é possível quando o estado dispõe de forças suficientes para fazer face às ameaças dos agitadores e bandidos e geralmente agitados pelo Comunismo. Camaradas com estes dizeres do Sr. Governador Geral de Angola, que também ignora o comunismo queria desmobilizar a população angolana. Camarada a única solução solúvel hoje para nós é a via armada. E fomos nós próprios que definimos esta via a partir de 4 de Fevereiro de 1961.
Não deixo de frisar que certo número de jovens agitados pela propaganda imperialista e tendente a perpetuar amanhã em Angola um regime neo-colonial e estão ao serviço dos mesmos? Camarada não te desmoralizes pelo facto de o inimigo possuir todas as forças, quer dizer que toda a espécie de ajuda não será vencido. É com ele que teremos que obter tudo que necessitamos para os nossos combates. Não deixarei de dizer que desde o tempo que necessitamos para os nossos combates. Não deixarei de dizer que desde o tempo dos nossos antepassados sempre recusaram a presença dos colonialistas em Angola, mas como eles se dispunham de todas as forças assim prevaleceram até a data no sol Pátrio. A luta pertence-nos. A luta foi começada por nós e aliás tinha de ser começada por nós explorados e filhos genuínos de Angola. Camaradas se preocupares saber onde está a verdade assim irás dar e nos encontraremos neste mesmo Movimento afim de nos ajudar a solucionar certos problemas que nos giram noite e dia.
As minhas Saudações Revolucionárias. Natal feliz e o Ano Novo que nos traga Vitórias Sucessivas.
Escreve o vosso camarada e companheiro de luta
José Manuel Miló
B.P.2353
Brazzaville
*[Manuscrito: «O original foi reenviado ao autor para correcção»]
13 de Dezembro de 1966
Caros Camaradas
Estou há três 3 anos nos Congos e afilhado numa Organização Política. Nunca tive tempo disponível para endereçar algumas palavras aos Patriotas que suportam a miséria, a perseguição e a nudez dia e noite, quer nas matas nas Cidades ou onde quer que seja. Chegou o momento com tudo isso. Quero caros camaradas umas breves palavras.
Camaradas.
A exploração e o terror dos colonialistas e os seus fantoches deram impulsos legítimos ao nascimento da luta armada do povo angolano, denunciando assim a sua liberdade. Esta manifestação bastou e exigiu uma repressão de lado dos colonialistas portugueses contra o povo angolano.
O povo angolano não ficou indiferente mediante essa bárbara repressão colonial dos ideiais da liberdade e de independência.
Foi praticamente a partir de 1956 que o povo angolano mostrou já uma consciência revolucionária e proclamação de luta anti-colonialista. Assim o povo português viu-se obrigado a contentar arbitrariedade contra a população inocente. Em 1959 a polícia colonialista começou a registar algumas prisões arbitrárias. Num discurso pronunciado pelo Governador Geral de Angola disse o seguinte: “a paz só é possível quando o estado dispõe de forças suficientes para fazer face às ameaças dos agitadores e bandidos e geralmente agitados pelo Comunismo. Camaradas com estes dizeres do Sr. Governador Geral de Angola, que também ignora o comunismo queria desmobilizar a população angolana. Camarada a única solução solúvel hoje para nós é a via armada. E fomos nós próprios que definimos esta via a partir de 4 de Fevereiro de 1961.
Não deixo de frisar que certo número de jovens agitados pela propaganda imperialista e tendente a perpetuar amanhã em Angola um regime neo-colonial e estão ao serviço dos mesmos? Camarada não te desmoralizes pelo facto de o inimigo possuir todas as forças, quer dizer que toda a espécie de ajuda não será vencido. É com ele que teremos que obter tudo que necessitamos para os nossos combates. Não deixarei de dizer que desde o tempo que necessitamos para os nossos combates. Não deixarei de dizer que desde o tempo dos nossos antepassados sempre recusaram a presença dos colonialistas em Angola, mas como eles se dispunham de todas as forças assim prevaleceram até a data no sol Pátrio. A luta pertence-nos. A luta foi começada por nós e aliás tinha de ser começada por nós explorados e filhos genuínos de Angola. Camaradas se preocupares saber onde está a verdade assim irás dar e nos encontraremos neste mesmo Movimento afim de nos ajudar a solucionar certos problemas que nos giram noite e dia.
As minhas Saudações Revolucionárias. Natal feliz e o Ano Novo que nos traga Vitórias Sucessivas.
Escreve o vosso camarada e companheiro de luta
José Manuel Miló
B.P.2353
Brazzaville
*[Manuscrito: «O original foi reenviado ao autor para correcção»]
Cópia da carta de José Manuel Miló aos «Caros camaradas».
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