Carta de Maryse a Agostinho Neto

Cota
0093.000.007
Tipologia
Correspondência
Impressão
Manuscrito
Suporte
Papel Comum
Remetente
Maryse Taveira
Destinatário
Agostinho Neto
Locais
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Alger 7/5/67

“O inicio da nossa perfeição será a partir do
Momento em que nós conseguirmos esquecer
mais.... De nós próprios”

Um dia cinzento. E chove! Domingo, 4 horas e a Kiluva dorme! Ruídos de vida lá fora. Mas lá ao longe! Naquela montanha além!... Parece que tudo parou. Porque a vista não alcança os movimentos das gentes que lá vivem e o ouvido impotente nada e capta! E contudo, a vida também lá está!

E esses montes, essa montanha estão apenas a 3km! Quanta imaginação nos não é necessária, não para ter a certeza que a vida existe partout! Mas para vos ver todos os dias e conseguirmos cada mês, cada ano! Com o mesmo fervor, animo e coragem! Porque estão tão longe! Conseguir ver-vos! Estar, sem estar! E porque nos lamentamos tanto? Porque...
... Porque estamos ainda tão imperfeitos.


Bom dia Camarada!
Querido Amigo!

Talvez porque o dia estivesse cinzento, talvez porque chovesse!
Mas já passou. A Kiluva acordou e toda a sua vida, me deu vida. Já não chove, e que importa o dia cinzento!

A luta?


Um abraço

*[Assinado: Maryse]



Envelope:

*[Selo da Argélia]

Monsieur
Dr. Agostinho Neto
B.P. 2353
Brazzaville
Republique du Congo

Carta de Maryse Taveira a Agostinho Neto (com envelope)

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