Documento orientador para combatentes

Cota
0096.000.006
Tipologia
Texto de Análise
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel Comum
Autor
MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
6
POR ANGOLA E POR M.P.L.A

A VITÓRIA É CERTA

UMA ANGOLA RENOVADA

10 DE AGOSTO DE 1967

VIET- ANGOLA

LIÇÃO Nº 1

PONTOS A CONHECER PARA SER CONDECORADO A CHEFE DO GRUPO QUE COMPREENDE 15 CAMARADAS (COMBATENTES)
1. Compreende depressa e claramente
2. Aprende rapidamente (escola, armamento, cozinha, táctica, ginástica etc.)
3. NÃO TEM necessidade de ser dirigido e controlado constantemente
4. Quais forem as circunstâncias, não se atrapalha (não tem medo dos Tugas)
5. Pode ser dado em exemplo pelo seu espírito de disciplina e conduta
6. Tem sempre muita vontade de trabalhar (parado num lugar ele fica doente)
7. Muito amigo de todos: muito estimado dos seus camaradas.
8. Sempre gosta ficar no destacamento (ficar no povo sente vergonha)
9. Em todo momento, esta sempre pronto para qualquer trabalho do MPLA.
10.Dentro de um grupo de homens ele distingue-se logo.
11.Quando ouve que os tugas ou outros inimigos querem nos atacar ele grita bem alto o VITORIA OU MORTE E SEGUE AO ENCONTRO DO INIMIGO LHE BATER.
12.O seu retalho no corpo mesmo sem sabão do puto, anda sempre limpo lavando sempre ou com cinza, ou com outras cascas de árvores.
13.Sua posição(personalidade) afirma faz impressão a toda gente
14.Quando é mandado numa missão, nunca aceita sentar-se nos povos para beber ainda Ndoka ou ainda para conquistar uma menina bonita que viu no povo.

LIÇÃO Nº2
O chefe
O chefe, prepara e conduz o combate do seu grupo. O trabalho do chefe é de tomar decisão, de as traduzir aos seus camaradas sob forma de ordens e de comandar ou dirigir a sua tropa.
Conhecendo sua missão e sabendo como vai cumprir, o chefe dirige seu grupo dando-lhes ordens claras e simples, dando trabalho respectivo a cada um dos seus guerrilheiros. Ele (o chefe) deve se assegurar (saber) da execução das suas ordens aos seus guerrilheiros.
O exercício de comandar ou dirigir se manifesta também pela vontade árdua (grande) de se sentir pronto a aguentar qualquer contra-tempo (chuva, fome, mosquitos, etc.)
O chefe deve exigir de si próprio como pelo seu grupo, no combate como no destacamento, bravura (arranca ferro) no perigo e dureza no cansaço (fadiga) ele deve a si mesmo ser pelos seus homens, onde ele vive, mesmo nas péssimas condições (na fome, na pobreza, etc.). Sua calma e o seu sangue frio são as qualidades mestra que lhe assegura confiança dos seus guerrilheiros.
Zona de Fogo, 12 de Maio de 1967
Flávio Fernandes de Faria (mais conhecido por Bombeiro Viking)
Membro do Comando Regional 3º

LIÇÃO Nº3

BASE DE DISCIPLINA
A disciplina faz a força principal das armas, importa que todos os chefes obtenham dos seus guerrilheiros uma obediência inteira e uma submissão de todos os guerrilheiros, de que as ordens sejam executadas literalmente sem hesitação nem murmúrio; a autoridade que às dá é responsável e a reclamação não é permitida ao guerrilheiro ou combatente, que depois da obediência às ordens que lhe foi transmitida pelo seu chefe.
Se o interesse do serviço pede que a disciplina seja rígida, vale ao mesmo tempo de que ela também seja fraternal. Todo rigor que não é necessário toda punição que não é determinada pelo regulamento, o que fará pronunciar um sentimento outro que aquele do dever, todo acto todo gesto, todo propósito estranho de um chefe em frente do seu subordinado são inteiramente proibida.
Os membros da hierarquia militar, devem tratar os seus combatentes com docilidade, ser por eles como um guia, lhes dar todo interesse e lhes testemunhar todos os efeitos de armas que assumem com eles a missão de fazer observar as leis da organização (MPLA) e de salvaguardar a independência e a honra da Pátria.
A disciplina é de princípio mais facilmente obtida pelos bons exemplos dos chefes, a confiança que inspira seu carácter e afecção que lhes atira o sucesso constante dos interesses materiais e morais dos eus subordinados. Os chefes não esqueceram nunca as ordens não bem executadas, que quando o que as recebe compreende o fim e o seu valor. Os guerrilheiros devem, mesmo fora do destacamento, respeito aos seus chefes. Cada guerrilheiro deve zelar nos seus direitos e dever dentro da organização.

LIÇÃO Nº4

MÉTODO DE DIRIGIR E ACÇÃO PESSOAL DO CHEFE NA EDUCAÇÃO MORAL
O exercício normal de dirigir exige da parte do chefe o conhecimento perfeito dos seus deveres. A prática pela iniciativa e o hábito das responsabilidades, fortificam o caracter (maneira de pensar) condição excencial de bem dirigir o grupo.
O chefe inclina-se a dirigir a actividade dos seus guerrilheiros nas mesmas condições, ele faz ver os seus erros e lhe faz compreender, se há lugar, que a iniciativa, por ser aproveitável ao interesse geral, deve sempre se exercer no quadro das ordens recebidas das prescrições dos regulamentos. Todo guerrilheiro momentaneamente ausente do seu destacamento no caso de urgência, é tomado a tomar, digo, ajustar contas ou marcar presença, o mais depressa possível. A chefia manifesta-se pelas ordens, as ordens variam na sua forma segundo a importância do grupo pela qual elas são dirigidas. As ordens são mais detalhadas sucessivamente a medida que desce a escala hierárquica. O chefe deve revelar, duma maneira efectiva e constante a rigorosa execução dessas ordens. Tolerar que uma ordem não seja cumprida, é consentir desordem e vadiagem no grupo. Responsável de todos actos do grupo que ele chefia, o chefe melhora constantemente as qualidades morais dos seus guerrilheiros, chamando-lhe a sua inteligência e ao seu coração. Esta é uma das mais altas missões do chefe.
Depois de se ter oposto ao respeito e a consideração dos seus guerrilheiros pelo seu valor pessoal e pelo bom exemplo que ele demonstra a toda ocasião, o chefe ganha mais confiança ao interessar-se aos detalhes da sua vida lhes escutando com docilidade cada vez que à regra de disciplina não se opõe.

LIÇÃO Nº 5

O GRUPO
O grupo deve ter força moral, grande instrução, dureza física e disciplina para obter-se o verdadeiro valor combativo do grupo.
A FORÇA MORAL EXPRIME-SE PELA ACEITAÇÃO DO SACRIFÍCIO. Ela repousa pela fé na Pátria e no ideal que ela simboliza. Estas convicções recebidas na família, revelada na escola, põe termo as boas qualidades militares.
O chefe dentro do grupo, deve ter espírito de justiça em primeiro lugar a personalidade do coração e pelo espírito é o mais seguro, garante a disciplina na inteira com a qual o grupo, o grupo não somente executará as ordens, como também pedirá conselhos. Responsável da execução das missões sucessivas que ele recebe o chefe chauffer das vidas e penas dos seus homens age com prudência mas sem exitação. No combate e no momento da crise, ele não exitará forçar obediência se for necessário. Depois da missão cumprida, ele conserva os seus guerrilheiros em bom estado para fazer face a qualquer eventualidade ou para fazer face ainda as exigências da próxima missão que lhe incumbira. O chefe é, na plenitude do termo, um condutor de homens. Seu lugar, é ali onde pode fazer sentir sua acção pessoal é la onde ele estima que a sua presença efectiva é mais necessária. É pela sua influência sobre a tropa que ele afirma sua superioridade pelo qual faz aceitar pelos guerrilheiros, o seu direito de lhes dirigir espontaneamente e sem reserva.

LIÇÃO Nº6

IMPORTÂNCIA das FORÇAS MORAIS
As armas e os materiais não têm valor no combate (guerra) se os camaradas que os utilizam não estão decididos a vencerem, dominando pela vontade o medo que os espreitam (atacam) sobre o campo de batalha (combate). É vencido não o grupo que fortes perdas apanha, mas sim, é vencido o grupo cujo a moral mais baixa primeiro. Quando o chefe perde-se no combate, o guerrilheiro mais bravo dirige o grupo e cada um dos guerrilheiros prossegue a luta com ardor. A vida em comum de homens unidos pela mesma fé, formada pela mesma instrução, agindo com disciplina para uma obra que se opõe igualmente a todos, cria a solidariedade entre os homens, chefe e os guerrilheiros de uma mesma unidade. Esta solidariedade faz a selecção da companhia do grupo ou dos destacamentos das entidades em vidas. Ela exprime no combate como no destacamento pelo espírito do grupo e pela boa vontade que aprova toda a colectividade que se sente forte e capaz de sacrifício.
Zona de Fogo, 12 de Maio de 1967
Flávio Fernandes de Faria (mais conhecido por Bombeiro Viking)
Membro do Comando da 3ª Região

LIÇÃO Nº7

PERCURSO DO COMBATENTE
O terreno é um factor essencial no combate. O terreno pode segundo os casos segundo a maneira que é explorado, apresentar-se em terreno de segurança (sem inimigo) ou de insegurança (onde existe o inimigo). Os obstáculos esquemas dos diferentes obstáculos de entre as quais temos a mencionar:
1. Obstáculo em altura (muro, placas, raios verticais, escalas de cordas arvora
2. Obstáculo em profundidade (valetas, talvegues)
3. Obstáculo em comprimento (valetas, cordas etc;)
PREPARAÇÃO FISÍCA
Depois que o combatente vence os obstáculos que lhe apresenta o terreno resta-lhe (falta-lhe) afrontar o inimigo bruto e intransigente, que é o homem; que no momento dois (2) voluntários, duas energias (força) segundo a igualdade se encontram oposta, o último apelo (chamada) será a técnica.
E portanto uma técnica, bastante simplificada na verdade, que nós queremos aqui nestas poucas lições.
O GRANDE PRINCÍPIO PARA UM COMBATENTE
Os combatentes terão sempre na memória os três grandes princípios que se segue:
1. a segurança – pensar sempre no perigo proveniente; de obstáculo ele mesmo e do inimigo sempre presente.
2. Rapidez e Velocidade – que condiciona a segurança pela informação sobre o inimigo.
3. Economia – Uma técnica certa permitirá a dominação do obstáculo com o mínimo esforço. Não esquecer de que depois de ter vencido o terreno o combatente deve ter bastante reserva muscular para vencer o homem.


LIÇÃO Nº8
CONTRA O LIBERALISMO
1- NÓS como grandes revolucionários no partido (M.P.L.A.) não devemos fazer críticas ao de leve e as escondidas, sem colocarmos claramente o problema a organização. Quando alguém fez mal devemos lhe falar a frente e não pelas costas. Tagarelar só fora não ajuda nada; nas reuniões não devemos nos calar mas também não devemos falar torto e a direito. Não devemos desprezar os princípios da vida colectiva, para não nos deixarmos arrastar pela disciplina.
2- Não devemos nos desinteressar deliberadamente de tudo aquilo que não nos diz respeito pessoalmente; sabemos perfeitamente que certas pessoas se enganam mas preferimos à cima de tudo falar o menos possível. Não devemos agir como o velho sábio da lenda; importar-se só que eu não me apanhem em falta.
3- Não devemos desobedecer as ordens e nem devemos colocar as nossas próprias opiniões acima de tudo o mais. Nós não devemos só aceitar que a organização e se ocupa de nós e de nossa família, sem nos aceitarmos primeiro de respeitar as leis e a disciplina da organização.
4- Não devemos deixar de combater as opiniões erradas sob o protesto da salvaguarda da unidade, do progresso e da boa realização do trabalho; também não devemos nos estragar aos ataques pessoais, não devemos dar curso ao rancor, nem devemos fazer queixas para procurar-nos vingar.
5- Quando ouvimos falar de ideias erradas devemos entabular discussão; sobre tudo quando ouvimos afirmações contra-revolucionárias devemos reagir contra ela.
6- DEVEMOS todos fazer propaganda e angariação as massas contra o colonialismo, devemos tomar posições, devemos nos familiarizar com a situação, devemos nos informar e levar à sério os interesses vitais da população comportando-nos com diferença perante tudo. Não devemos ainda nos esquecer de que somos militantes do MPLA, sem descermos ao nível de um homem vulgar.
7. Não devemos ficar satisfeitos quando uma pessoa comete actos que prejudica as massas, devemos convencê-las e nos pormos a elas fazendo um trabalho de elucidação sem tolerarmo-los e sem fecharmos os olhos.
8- Devemos trabalhar seriamente. Devemos trabalhar com planos e uma direcção determinada, para não estragarmos o trabalho sem deixarmos as coisas correrem ao acaso.
9. Não devemos nos considerar a nós próprios de perfeitos revolucionários (sabe tudo) e dando-nos ares de veteranos. Se somos incapazes de desempenharmos as funções levadas não devemos desdenhar as mais baixas. Não devemos nos desleixar no trabalho e nem nos estudos.
10- Quando cometemos um erro, devemos corrigi-lo, adoptando (escolhendo) deste modo uma atitude revolucionária para connosco próprios.
OBS – cada lição deverá ser lida e explicada durante uma aula; não permitir que se avance para frente antes do teu camarada estar bem entendido da lição; depois de ter dado todas as lições correctamente passa-se as provas repetidas vezes.
ESTE PAPEL FICARÁ SÓ NO CENTRO E NÃO DO INSTRUTOR PROVISÓRIO DA ZONA.
POR ANGOLA E POR M.P.L.A.
A VITÓRIA É CERTA
FLÁVIO FERNANDES RODRIGUES DE FARIA (mais conhecido por Bombeiro Viking)
Membro do Comando Regional
A força principal das armas e a disciplina que se opõe ao abandono da missão pelo grupo no destacamento, do grupo pelo guerrilheiro. A disciplina coordena os esforços de cada guerrilheiro para a realização das missões. Ela implica não somente a execução das ordens recebidas, mas a vontade agir ao melhor com iniciativa no espírito dessas ordens.
As forças Moral e a sólida tem por completo o espírito de disciplina e confiança no chefe.

«Por Angola e por MPLA - A Vitória é Certa ~«Uma Angola renovada - Viet - Angola», assinado por Flávio Fernandes «Bombeiro / Viking».

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