Cota
0096.000.011
Tipologia
Relatório
Impressão
Dactilografado (2ª via)
Suporte
Papel Comum
Autor
José Mendes de Carvalho (Hoji Ya Henda)
Data
Ago 1967
Idioma
Conservação
Bom
Fundo
Imagens
2
BALANÇO DAS ACTIVIDADES DA III REGIÃO DURANTE A PRIMEIRA QUINZENA DO MÊS DE AGOSTO
Introdução:
Barbaridades como as “aldeias estratégicas” são um catalisador no processo revolucionário de consciencialização das massas angolanas do qual o inimigo já não se safará.
Esta arma que a princípio mostrava-se tão preciosa, porque o subdesenvolvimento lusitano não permitiu observar outras facetas históricas e problemáticas acabou por marcar-se nos corpos e no pensamento das crianças, jovens, das mulheres, dos homens e dos velhos que animalescamente eram assim tentados de serem separados duma realidade que nem “Fátima” conseguira prever.
Assim nas manhãs dos dias 6 e 8 de Agosto, 250 angolanos encarcerados nas “aldeias estratégicas” de CHILOMBO e LUNACHI após longos contactos com o nosso movimento guerrilheiro encarou firmemente com um sorriso nos lábios as bestas portuguesas, tomando entre as duas mãos o preço da morte! Tal foi a expressão una e individual dos nossos compatriotas que os “heróis civilizados” não tugiram nem mugiram:
Num silêncio e disciplina que só uma acção organizada o impõe, estes nossos 250 compatriotas foram encaminhados por um grupo de activistas para as matas já dignos e livres da nossa frente leste.
1 – Às 17:00 do dia 5/8/67, 10 bombas “matematicamente” lançadas as margens do Rio LUVALE cumpriram uma “missão de inquérito” sobre as ruínas assinaladas de 6 senzalas.
2 – Cerca das 12:00 do dia 5/8/67 entre os quarteis de SETE e NINDA uma patrulha guerrilheira que controlava os movimentos do inimigo atacou 66 soldados colonialistas marchando em formação para cobrirem as 3 viaturas que os transportava. Atacados pelos nossos guerrilheiros 7 bandidos foram postos fora do combate além de dalguns feridos.
30- minutos depois, portanto as 12:30, outro grupo de guerrilheiros que guardava a área da MUZAZA (anteriormente habitada) reacendeu o ataque sobre o inimigo já desmoralizado. 20 fascistas encontraram a morte, tendo ficado feridos 30. As 3 viaturas sofreram danos irreparáveis incendiando-se durante o combate uma delas.
Cerca das 17:: do mesmo dia 1 bombardeamento DC4 lançou 6 bombas no local de combate, para não deixar de “marcar presença”. A acção realizou-se a 5 quilómetros de SETE.
3 – No dia 7/8 pelas 9:30 um “valoroso DC4” apoiado por um NORD-ATLAS largou corajosamente 4 bombas sobre a senzala abandonada de NYAMOSSI.
4 – No dia 8/8 um pelotão, servindo-se de barcos, desceu o rio Zambeze e depois subiu o seu afluente Chimutaji. Após ter praticado vários actos de banditismo no LUAVUNGUE, queimando uma aldeia, cercou as matas de SAHOKOLA tentando assim detetar refugiada e caso o conseguissem leva-la para as “aldeias estratégicas” em torno do quartel de Cazombo.
Porem um destacamento de guerrilheiros que seguia as manobras do inimigo cercou-o por sua vez. Lançado o ataque os nossos guerrilheiros causou ao inimigo 12 mortos e 5 feridos e apreendeu-lhe vário material de guerra. Foram igualmente mortos 2 traidores que serviam de guia as tropas do corpo expedicionário português.
Do nosso lado não há a assinalar nenhuma baixa.
5 – No dia 9/8, desvairados pela adesão consciente do nosso povo, um bando de fascistas conseguindo cercar a aldeia de CHITAMBA queimando vivos 1 velha de 55 anos, dois homens de 33 e 37 anos respectivamente e uma criança de 2 anos.
Crimes como estes só apressam o dia da vitória final.
6 – No dia 11/8 30 soldados fascistas queimando milho na aldeia de KASSALIA foram severamente castigados pelas nossas forças guerrilheiras. 15 bestas deixaram aí os seus corpos assim como armamento e equipamento.
Pela Comissão Militar da III Região,
Henda
Introdução:
Barbaridades como as “aldeias estratégicas” são um catalisador no processo revolucionário de consciencialização das massas angolanas do qual o inimigo já não se safará.
Esta arma que a princípio mostrava-se tão preciosa, porque o subdesenvolvimento lusitano não permitiu observar outras facetas históricas e problemáticas acabou por marcar-se nos corpos e no pensamento das crianças, jovens, das mulheres, dos homens e dos velhos que animalescamente eram assim tentados de serem separados duma realidade que nem “Fátima” conseguira prever.
Assim nas manhãs dos dias 6 e 8 de Agosto, 250 angolanos encarcerados nas “aldeias estratégicas” de CHILOMBO e LUNACHI após longos contactos com o nosso movimento guerrilheiro encarou firmemente com um sorriso nos lábios as bestas portuguesas, tomando entre as duas mãos o preço da morte! Tal foi a expressão una e individual dos nossos compatriotas que os “heróis civilizados” não tugiram nem mugiram:
Num silêncio e disciplina que só uma acção organizada o impõe, estes nossos 250 compatriotas foram encaminhados por um grupo de activistas para as matas já dignos e livres da nossa frente leste.
1 – Às 17:00 do dia 5/8/67, 10 bombas “matematicamente” lançadas as margens do Rio LUVALE cumpriram uma “missão de inquérito” sobre as ruínas assinaladas de 6 senzalas.
2 – Cerca das 12:00 do dia 5/8/67 entre os quarteis de SETE e NINDA uma patrulha guerrilheira que controlava os movimentos do inimigo atacou 66 soldados colonialistas marchando em formação para cobrirem as 3 viaturas que os transportava. Atacados pelos nossos guerrilheiros 7 bandidos foram postos fora do combate além de dalguns feridos.
30- minutos depois, portanto as 12:30, outro grupo de guerrilheiros que guardava a área da MUZAZA (anteriormente habitada) reacendeu o ataque sobre o inimigo já desmoralizado. 20 fascistas encontraram a morte, tendo ficado feridos 30. As 3 viaturas sofreram danos irreparáveis incendiando-se durante o combate uma delas.
Cerca das 17:: do mesmo dia 1 bombardeamento DC4 lançou 6 bombas no local de combate, para não deixar de “marcar presença”. A acção realizou-se a 5 quilómetros de SETE.
3 – No dia 7/8 pelas 9:30 um “valoroso DC4” apoiado por um NORD-ATLAS largou corajosamente 4 bombas sobre a senzala abandonada de NYAMOSSI.
4 – No dia 8/8 um pelotão, servindo-se de barcos, desceu o rio Zambeze e depois subiu o seu afluente Chimutaji. Após ter praticado vários actos de banditismo no LUAVUNGUE, queimando uma aldeia, cercou as matas de SAHOKOLA tentando assim detetar refugiada e caso o conseguissem leva-la para as “aldeias estratégicas” em torno do quartel de Cazombo.
Porem um destacamento de guerrilheiros que seguia as manobras do inimigo cercou-o por sua vez. Lançado o ataque os nossos guerrilheiros causou ao inimigo 12 mortos e 5 feridos e apreendeu-lhe vário material de guerra. Foram igualmente mortos 2 traidores que serviam de guia as tropas do corpo expedicionário português.
Do nosso lado não há a assinalar nenhuma baixa.
5 – No dia 9/8, desvairados pela adesão consciente do nosso povo, um bando de fascistas conseguindo cercar a aldeia de CHITAMBA queimando vivos 1 velha de 55 anos, dois homens de 33 e 37 anos respectivamente e uma criança de 2 anos.
Crimes como estes só apressam o dia da vitória final.
6 – No dia 11/8 30 soldados fascistas queimando milho na aldeia de KASSALIA foram severamente castigados pelas nossas forças guerrilheiras. 15 bestas deixaram aí os seus corpos assim como armamento e equipamento.
Pela Comissão Militar da III Região,
Henda
Balanço das actividades da 3ª Região durante a primeira quinzena do mês de Agosto. Relatório da Comissão Militar da 3ª Região Militar assinado pelo Hoji Ya Henda.
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