Ordem de Serviço nº 2/967 da Comissão Militar do MPLA

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA M.P.L.A COMISSÃO MILITAR ORDEM DE SERVIÇO N.2/967 COMO DEVE SER DISTRIBUÍDO O EQUIPAMENTO? O ARMAMENTO Possuir qualquer coisa que pela primeira vez aparece nas nossas mãos, algo que seja novo, é sempre uma razão de alegria. E sobretudo alegria, mais vontade de trabalhar, confiança, quando isso é o fruto do nosso suor, do nosso sangue, do nosso trabalho. Ora quem trabalha senão os mais disciplinados, os mais esforçados, os mais competentes? Logo devemos não perder de vista este aspecto para através de toda a distribuição que fizermos deixar claro no pensamento dos camaradas que quem foi armado ou equipado mereceu o prémio da sua disciplina, do seu trabalho, da sua decisão política de lutar até o último inimigo na terra, no mar, no ar da mãe-Pátria, ANGOLA. E portanto além dum prémio, um louvor para cada guerrilheiro que o mereça. Por outro lado devemos não nos esquecer que temos uma hierarquia, uma cabeça que pensa, organiza e dirige a vida, o combate do guerrilheiro. Portanto está cabeça deve ser sempre valorizada a ser colocada no lugar que merece. Assim temos o Sub-Chefe de GRUPO o Chefe de GRUPO, o Chefe de SECÇÃO, o Monitor Político, o Comandante de ESQUADRÃO, todo o Comando de ZONA, todo Comando de REGIÃO e a Comissão Militar. Em resumo, toda a distribuição de peças de armamento ou equipamento deve ir: 1. - para os mais necessitados; 2. - nos mais necessitados atender primeiro os responsáveis; 3. - atender depois os guerrilheiros mais disciplinados, mais trabalhadores. No sentido de mantermos disciplina e justiça entre os responsáveis devemos ver também quem são os disciplinados. Um responsável só de nome não deve merecer uma distribuição e é preciso que ele sinta que é indisciplinado, que não dá bons exemplos aos outros. Na fase actual a nossa luta não pede, nem exige que haja uma farda especial para responsáveis e não responsáveis. A maior preocupação do C.D. no equipamento é vestir, calçar, equipar todo o combatente. Por isso não precisamos de nos preocupar já com as fardas de “oficial” e de “soldado”. Devemos ver sim a nossa força militar que será também um dia um grande exercito regular revolucionário, tal qual como ele cresce em Angola com o respeito, a consciência política revolucionária que lhe dá o M.P.L.A.. Vamos camaradas dar mais atenção a necessidade de compreendermos que somos sobretudo políticos. A VITORIA É CERTA Pel A COMISSÃO MILITAR *[Rubricado] 4.9.67