Intervenção da delegação de Angola

Cota
0035.000.023
Tipologia
Discurso
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
Delegação de Angola (MPLA) à Conferência Preparatória
Data
Mai 1962
Idioma
Conservação
Razoável
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»

ANGOLA SENHOR PRESIDENTE, CAROS CONFRADES, Antes de mais, quero apresentar as minhas desculpas pelas minhas dificuldades em falar-vos em língua francesa. Desde já, conto com a vossa boa vontade. Em seguida, também vou referir, em nome da nossa delegação, a honra e a alegria que sentimos em participar neste Comité Preparatório e também na Conferência cuja importância foi suficientemente destacada pelo nosso confrade, o Presidente da sessão. Esta alegria justifica-se ainda mais pelo facto de este Comité Preparatório abrir hoje os seus trabalhos, na Capital Africana de CONAKRY, cidade querida de um Estado que, desde a sua independência, não cessou de trabalhar corajosamente como um dos mais belos campeões da luta pela libertação e reconstrução da nossa pátria Africana. Por outro lado, queremos fazer notar que a própria escolha do local para as sessões deste Comité Preparatório recaiu significativamente neste Palácio, nesta Assembleia Nacional, nesta casa que representa, bem o sabemos, a voz das massas. Este facto indica que a nossa reunião estará sempre inspirada pela sabedoria dos povos, o que facilitará a nossa tarefa de Juristas, nós que trabalhamos para a salvação dos nossos povos e das nossas Nações. Senhor Presidente, a minha delegação está absolutamente convencida que os ­trabalhos deste Comité Preparatório constituirão mais um sucesso para a fatal vitória das armas Afro-Asiáticas. Aqui estabeleceremos definitivamente um programa que, dando prioridade aos problemas urgentes dos nossos povos e das nossas Sociedades, seja também a afirmação clara e categórica de que os Juristas Afro-Asiáticos estão prontos, na unidade, a denunciar e a combater sem tréguas os imperialistas e os neocolonialistas que tentam dividir-nos para sabotar as nossas liberdades reconquistadas e negar o nosso direito à autodeterminação e à independência efectiva. E porque não temos nada a temer e nada a esconder, esperamos sinceramente que esta reunião represente, não só uma condenação das intervenções concretas dos imperialistas nos assuntos dos nossos povos, mas também a escolha e a utilização dos meios mais eficazes para a vitória final no nosso combate. O projecto de ordem de trabalhos submetido pela delegação Guineense e com o qual a minha delegação está, em princípio, de acordo, constitui a primeira das garantias de sucesso dos nossos trabalhos. E o próprio facto de sermos todos Juristas que sofreram os horrores decorrentes da primazia do direito das Nações ditas civilizadas, assegura, desde já, o cumprimento ponto por ponto da nossa sublime tarefa. Essa é, Senhor PRESIDENTE e Caros Confrades, a perspectiva segundo a qual encaramos o desenrolar dos nossos trabalhos. [Angola foi representada por: Gentil Viana e José Araújo.]

Comité Preparatório da 2ª Conferência de Juristas Afro-Asiáticos em Conakry, de 25 a 27 Maio 1962 - Intervenção da delegação de Angola

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