Carta de Viriato da Cruz a Matias Miguéis

Cota
0048.000.014
Tipologia
Correspondência
Impressão
Manuscrito
Suporte
Papel comum
Remetente
Viriato da Cruz
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
1
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

13.3.63
Caro Matias,
Saúde!
Ando a tratar para dar um salto até aí, de acordo c/ o pedido que exprimiste no telegrama.
Agradeço, portanto, que não saias de Léo ou de Brazza, a fim de esperares por mim no aeroporto, à minha chegada. Dentro de dias, comunicar-te-ei a data exacta da minha chegada aí. Certamente que, nessa altura, não te escreverei desta cidade, mas de outro lugar.
Retém na tua memória os seguintes versos de Brecht:
“De quem depende que a opressão continue? De nós.
“De quem depende que ela seja liquidada? De nós, também.
“Se estás perdido, combate!
“Tu, que estás vencido, quem te vingará?
“Tu, que és batido,
“Coloca-te ao lado dos feridos,
“Nós, apesar de todas as nossas fraquezas,
“Nós te vingaremos, camarada.
“Todos ou ninguém. Tudo ou nada.
“Sozinho ninguém se pode salvar.
“Usaremos espingardas ou cacetes.
“Todos ou ninguém. Tudo ou nada.”
Liga-te às massas, não te isoles. Elas precisam de ti, e tu terás nelas o mais seguro apoio, o confidente fiel. As massas populares, quando esclarecidas, são uma força invencível.
Cumprimentos a todos os amigos.
O meu melhor abraço
[rubrica de V. Cruz]
[Acrescentado à margem: P.S. – Favor, em manter em absoluto segredo [a] eventualidade da minha ida aí.]
[rubrica de V. Cruz]

Fotocópia da Carta de Viriato da Cruz a Matias Miguéis

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