Declaração do MPLA

Cota
0051.000.030
Tipologia
Declaração
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
Comité Director do MPLA
local doc
Léopoldville (Rep. Congo)
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
MPLA
51, Avenue Tombeur de Tabora
B. P. 720 – Tel. 2452
LÉOPOLDVILLE

DECLARAÇÃO

No momento de reunir-se em Dar-es-Salam, o Comité de Coordenação da ajuda aos movimentos nacionalistas dos territórios africanos ainda não independentes nomeado pela Conferência de Addis Abeba, o Movimento Popular de Libertação de Angola sente-se no dever de fazer a seguinte declaração:
O problema da coordenação da ajuda aos movimentos nacionalistas na sua luta de libertação impõe aos dirigentes destes mesmos movimentos a responsabilidade de facilitar a tarefa do organismo nomeado pela Conferência de Addis Abeba.
O MPLA, que põe o interesse nacional urgente de libertar Angola, acima dos interesses das pessoas e dos partidos, tem consciência de que a criação de um organismo centralizador da luta do Povo angolano constituiria a melhor maneira de corresponder ao espírito unitário da Conferência de Addis Abeba e de apressar a solução do problema angolano. Há muito que o proclama e há muito que opera neste sentido.
Reafirma, por isso, o anseio de unidade que sempre animou os seus dirigentes, não devendo esquecer-se que o MPLA é já de si produto da fusão em 1956 de diversos movimentos angolanos do e no interior.
A formação de uma Frente Comum angolana deve no entanto obedecer a princípios estritamente democráticos, devendo englobar não apenas todos os partidos nacionalistas, como todas as organizações de massas e personalidades que tanto no interior como no exterior de Angola concorrem honesta e activamente para a libertação e independência do nosso País. Ninguém pode pretender ter o exclusivo do nacionalismo angolano.
Essa Frente, como é natural, não deve deixar de ser antecedida de negociações entre todas as organizações interessadas em perfeito pé de igualdade.
O Comité Director do MPLA, consciente da importância dos trabalhos da reunião, faz-se representar em Dar-es-Salam por uma delegação chefiada pelo seu Presidente, Dr. AGOSTINHO NETO.
Aproveita esta oportunidade para referir que gente mal intencionada está procurando cobrir o MPLA de calúnias, envolvendo-o numa campanha de intrigas que disfarça mal os seus propósitos.
Na realidade, esta campanha tão do agrado dos colonialistas portugueses só pode interessar aqueles que receiam a consolidação da nossa posição político-militar no interior, e só assim se compreende a insistência de uma campanha de denegrimento junto das autoridades desta República do Congo.
A este respeito temos a afirmar que nós queremos manter-nos fiéis à nossa linha de conduta de luta intransigente pela independência do nosso País, sem a mais leve quebra do respeito que devemos à hospitalidade que diariamente nos é reafirmada pelo povo e pelas autoridades irmãs desta jovem e imensa República.
Neste sentido, manifestamos a maior repulsa pelas maquinações em que se procura envolver o nosso Movimento e perturbar a tranquilidade e a ordem neste País, que nos acolhe com tanta fraternidade.
Exortamos todos os nossos militantes a continuarem a manter a disciplina e o respeito até hoje manifestados perante as leis da República irmã do Congo, dando prova do nosso reconhecimento e da nossa maturidade.

POR UMA ÁFRICA LIVRE E UNIDA!
VITÓRIA OU MORTE!
Léopoldville, 24/6/963
DOC. Nº. 81/63 [carimbo do DEPI do MPLA]
AM/CS. O COMITÉ DIRECTOR DO MPLA

Declaração do MPLA sobre Comité de Coordenação (Doc. 81/63-AM/CS) (Léopoldville)

A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.