Comunicado do MPLA nº 102/63, sobre Comissão dos Bons Ofícios

Cota
0053.000.011
Tipologia
Comunicado
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola
local doc
Léopoldville (Rep. Congo)
Data
1963
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
1
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
MPLA
51, Avenue Tombeur de Tabora
B. P. 720 – Tel. 2452
LÉOPOLDVILLE [Sem data]

Doc. 102/63
COMUNICADO
Camaradas:
Durante três dias reuniu-se em Léopoldville a Comissão de Bons Ofícios, nomeada em Dar-es-Salam por proposta da delegação do MPLA, e cuja missão era reconciliar os partidos angolanos, dentro do mesmo espírito de unidade que sempre tem orientado a luta do nosso Movimento e que sempre foi o guia dos seus dirigentes.
E foi ainda no sentido de facilitar os trabalhos da Comissão e de apresentar aos seus membros um princípio inegável e válido de unidade nacional que o MPLA ultimou as conversações já começadas há muito com o MDIA, o MNA, o NGWIZAKO e a UNTA para a criação de uma frente comum que desse ao povo angolano, à África e ao Mundo, a ideia justa do nosso esforço e do que para nós representa a Pátria.
Assim nasceu a Frente Democrática para a Libertação de Angola, união íntima dos partidos nacionalistas que mais cedo compreenderam a necessidade de uma unidade completa das nossas forças, e a obrigação de nos darmos as mãos na luta pela independência do nosso País.
Consciente das responsabilidades que lhe cabem como presidente eleito do FDLA, o Dr. Agostinho Neto recusou-se a falar em nome do MPLA como lhe foi exigido, demonstrando mais uma vez a firmeza da nossa unidade que não nos foi imposta por ninguém nem pode ser destruída por quem quer que seja. A unidade é nossa e sagrada, nada nem ninguém tem sequer o direito de vir alterá-la, muito menos destruí-la.
Impedido de falar em nome do FDLA perante a comissão de conciliação, o nosso presidente não pôde desmentir os exageros de algumas afirmações inexactas, nem as afirmações daqueles mesmo que ainda há pouco, como militantes do nosso Movimento, pareciam lutar pelo povo angolano e hoje servem outros interesses por puro egoísmo e por interesse pessoal.
Camaradas militantes do MPLA, as resoluções tomadas pela comissão de conciliação não podem afectar o nosso sentido de unidade nem vêm alterar em nada a nossa firmeza perante o inimigo comum.
Essas resoluções favorecem o divisionismo dentro das nossas fileiras. E não serão nunca suficientemente fortes para nos impedirem de prosseguir o nosso caminho, de olhos postos no ideal superior da Pátria uma vez mais ameaçada.
Temos ainda de encontrar o caminho da Unidade.
VIVA A UNIDADE DO POVO ANGOLANO!
VIVA ANGOLA! [carimbo do CD do MPLA]
VITÓRIA OU MORTE!

O COMITÉ DIRECTOR

Comunicado do MPLA nº 102/63, sobre Comissão dos Bons Ofícios (Doc. Pres 102/63) (Léopoldville)

A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.