Carta de Jonas Savimbi a Ambroise Muhunga de Kolwezi

 Jadotville, 6 de Setembro de 1963 Digno Deputado Nacional Senhor Ambroise Muhunga Kolowezi Em nome do povo Angolano em luta pela sua independência Nacional, queira aceitar, Senhor Deputado, os meus respeitos e as saudações fraternas do nosso Governo Revolucionário Angolano no Exílio. Efectuei uma digressão nesta Província do Katanga para mobilizar as consciências dos nossos compatriotas que aí se encontram, para se proporem a combater pela ­libertação do nosso querido País. Só encontrei dificuldades entre a vossa organização e a nossa; só houve mal-entendidos. Queria absolutamente vê-lo. Mas o meu programa muito carregado não me permite vê-lo. Queria ainda assinalar que a nossa política em relação à Soberania da República do Congo não nos permite tergiversar sobre o fundo do problema que é libertar o nosso País. A história é irreversível e Angola será livre o mais depressa possível. A nossa política, mesmo tendo em conta o regionalismo em África, só considera as Nações: o Congo e Angola como entidades e não como agrupamentos regionais ou étnicos. Abster-nos-emos de tocar em qualquer TCHOKWE que seja, se ele se declarar congolês. Pedimos que o mesmo espírito seja observado pela vossa organização no que diz respeito aos TCHOKWE Angolanos. Qualquer fricção entre as nossas organizações retarda a luta pela independência de Angola bem como a da emancipação do homem negro no Continente. Contamos vê-lo em Léopoldville ou aqui nos próximos dias. Todos os Angolanos lhe desejam, Senhor Deputado Nacional, muito sucesso nos seus esforços para chegar à formação do Governo de Lualaba. Que Deus abençoe todo o povo do Congo e os seus governantes. Queira aceitar, Senhor Deputado, os protestos da minha elevada consideração. Jonas SAVIMBI [com assinatura] Ministro dos Neg. Estrang. do GRAE e Secretário-Geral da UPA