Comunicado sobre a Conferência de Lagos

Cota
0060.000.007
Tipologia
Comunicado
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
Comité Director do MPLA
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
1
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
MPLA
C.P. 2353 – Tel. 4915
BRAZZAVILLE

COMUNICADO
SOBRE A CONFERÊNCIA DE LAGOS

A decisão da Conferência do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização da Unidade Africana, recentemente reunida em Lagos, de preconizar a união das organizações nacionalistas angolanas consagrou sem subterfúgios a validade e a representatividade do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Desta forma o MPLA vê respeitada a sua importância como organização indispensável à luta do Povo angolano, quer pela sua maior capacidade organizativa, quer pelo número e o valor dos seus quadros político-militares e técnicos, e quer ainda pela sua radicação no interior onde se formou e se mantém e pelos meios de luta que dispõe para imprimir a qualquer momento um novo impulso à luta em Angola.
Por outro lado aquela decisão confirma que o enfraquecimento da luta armada depois de Julho de 1963, se deve especialmente ao boicote sofrido pelo MPLA, vítima de conspiração imperialista disposta a eliminá-lo. Não só o MPLA resistiu como se reforçou, sendo a sua acção necessária ao nacionalismo angolano.
A luta pela independência do Povo angolano tem de ser activada, não só porque o impõe a dignidade humana, mas também em atenção aos milhares de angolanos que vivem nas matas uma existência insustentável embora heróica.
Para isso o MPLA considera indispensável dispor em todos os países africanos da maior liberdade de acção e muito em especial nos países limítrofes como o Congo-Brazzaville e o Congo-Léopoldville.
O MPLA dirigiu já um pedido ao Comité de Libertação de África no sentido de ser recomendada essa liberdade de acção e de lhe ser concedida uma parte dos fundos colectivos e destinados à luta em Angola.
No que toca a unificação das forças nacionalistas, o MPLA considera esse problema um dos pontos essenciais da sua política e declara que sempre encontrou em Holden Robert o principal obstáculo. Uma vez mais o MPLA retoma as iniciativas nesse campo, sendo de opinião que a unificação do nacionalismo angolano terá de resultar duma atitude comum saída do confronto franco e fraternal entre todas as organizações nacionalistas.
O que de momento importa, não é tanto valorizar um “governo” não representativo, sem prestígio e sem função. O que importa essencialmente, é de colocar os homens, os programas, as armas e as finanças de todas as organizações ao serviço do interesse fundamental do nosso Povo: a conquista por todos os meios da independência completa.
B/Ville, 9.3.64
O COMITÉ DIRECTOR

Comunicado sobre a Conferência de Lagos (Brazzaville)

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