SECRETARIADO DA UNEA-USA
1825 R Street, N. W.
Washington, D. C. 20009
*CIRCULAR*
O Secretário da secção da UNEA-USA anuncia a todos os estudantes angolanos que a CONSTITUIÇÃO revista e aprovada pela Assembleia, no passado dia 10 de setembro de 1966, não será distribuída este mês, como era do nosso pensar, porque o secretário da terceira secção da Terceira Conferência Anual -8, 9 e 10/9/66- ainda não teve tempo de nos mandar toda a documentação da mesma conferência. Referimo-nos à própria constituição, aos reportórios de cada sessão e aos importantes discursos proferidos pelos diversos oradores, durante os três dias.
O Secretariado agradece aos estudantes angolanos a colaboração de todos e a participação da cada um na sublimação da nossa luta pela libertação do país, na qualidade de estudantes.
John Kennedy disse uma vez: «The United States did not rise to greatness by waiting for others to lead». Sim, isto é uma pura verdade. E os estudantes angolanos compreenderam isto. Eles não querem ser teleguiados numa obra tão importante como a reconquista da liberdade, justiça e igualdade sobretudo quando o conselheiro, o suposto amigo, está abertamente contra o emprego de meios mais eficazes, como a unidade revolucionária e a luta armada, para se atingir a finalidade com segurança, dignidade e rapidez. Os estudantes angolanos viram que não podem e não devem esperar por ninguém para os dirigir, para não acontecer como ao Sul da África, onde 13.000.000 almas estão procurando libertar-se da mão do opressor há mais de 50 anos. Cinquenta anos!!!
Libertar só uma parte de Angola? É impossível na maneira geral de ver dos que conhecem o maquiavelismo que anda por baixo da revolução angolana. Depôr as armas e pedir depois negociações? Pedir depois negociações a um inimigo vencedor? Loucura!
Avante, estudantes angolanos. Lembremo-nos sempre de que enquanto os nossos irmãos estiverem sob a dominação estrangeira, nós não passaremos de uns doutores refugiados pelo mundo fora, o que significa que seremos tão escravos como os outros, visto que a liberdade é indivisível. E então, naquela triste hora, só poderá entrar no país natal quem quiser escravizar-se ainda mais, isto é, aquele que quiser submeter-se ao juramento ou rejuramento, deixemos passar a palavra, a bandeira colonial.
Não pode haver Liberdade onde não houver acção e sacrifício.
Viva a REVOLUÇÃO POPULAR!
Viva a U.N.E.A.!
Vivam os PARTIDOS POLÍTICOS ANGOLANOS NÃO FASCISTAS!
*[Rubricado]
Washington, D. C., 22/9/66
Fotocópia de uma circular do Secretariado da UNEA (União Nacional dos Estudantes angolanos) - USA.