Cota
0089.000.002
Tipologia
Declaração
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel Comum
Autor
Comité Director do MPLA
Data
Idioma
Conservação
Bom
Fundo
Imagens
1
ESCLARECIMENTO AOS MILITANTES
Têm sido dadas diversas interpretações aos acontecimentos ocorridos na madrugada do dia 25 Dezembro último em Vila Teixeira de Sousa, o que nos leva a fazer o seguinte esclarecimento.
Teixeira de Sousa é uma pequena cidade situada no nordeste do nosso País, no distrito de Moxico sobre o caminho de ferro Benguela, a cerca de 13 km da fronteira com Katanga (República Democrática do Congo).
Ora ninguém ignora que o MPLA abriu uma nova frente de combate nos princípios de 1966 no Distrito de Moxico e que os nossos destacamentos já se encontram às portas de Vida Luso.
Em toda a extensão do Moxico de 80.000 km2, ou seja mais ou menos a superfície de Portugal, a população angolana segue as palavras de ordem do MPLA, e ao lado da actividade propriamente de guerra dos nossos destacamentos produzem-se aqui e ali, acções de sabotagem, de resistência ao trabalho, realizados sob iniciativa popular...
Esta actividade de generalização da luta armada ao Leste e ao Sul do País que é da inteira responsabilidade do MPLA, organização de vanguarda do Povo angolano, assustou os nossos inimigos, os colonistas portugueses e os seus aliados imperialistas.
Assim enquanto os primeiros, os colonialistas portugueses, reforçam à pressa com tropas e material de guerra e seu efectivo no nosso districto de Moxico e à custa de esforços financeiros superiores às suas capacidades, os imperialistas, esses tentam sabotar a nossa acção, estabelecendo confusão na nossa luta pela criação de grupos a carácter tribal ou regional nos Países limítrofes onde a liberdade de acção é negada ao MPLA e que com o rotulo de nacionalistas procuram fazer acções de desespero de pura propaganda.
Um desses grupos é a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) cujo dirigente é Jonas Savimbi, bem conhecido dos nossos militantes pelas suas manobras e falso nacionalismo demonstrado já quando fazia parte do chamado «grae».
O malogrado ataque a Teixeira de Sousa com grupos de angolanos vindos de Katanga, desorganizados e desarmados é um acto de desespero em que perderam a vida tantos patriotas, enganados pelas falsas promessas da UNITA, só serviu a propaganda e o interesse pessoal de Jonas Savimbi.
Nós fazemos um apelo a todos os jovens e patriotas angolanos refugiados na Katanga para que participem efectivamente na luta de libertação do nosso Povo, de Teixeira de Sousa e de todas as cidades do nosso País, integrando-se nos destacamentos de guerrilha do MPLA, porque só a nossa organização segue ideias e métodos justos na luta contra o colonialismo português e os seus aliados imperialistas.
Doc. 002.5.1.67
O COMITÉ DIRECTOR DO MPLA
Têm sido dadas diversas interpretações aos acontecimentos ocorridos na madrugada do dia 25 Dezembro último em Vila Teixeira de Sousa, o que nos leva a fazer o seguinte esclarecimento.
Teixeira de Sousa é uma pequena cidade situada no nordeste do nosso País, no distrito de Moxico sobre o caminho de ferro Benguela, a cerca de 13 km da fronteira com Katanga (República Democrática do Congo).
Ora ninguém ignora que o MPLA abriu uma nova frente de combate nos princípios de 1966 no Distrito de Moxico e que os nossos destacamentos já se encontram às portas de Vida Luso.
Em toda a extensão do Moxico de 80.000 km2, ou seja mais ou menos a superfície de Portugal, a população angolana segue as palavras de ordem do MPLA, e ao lado da actividade propriamente de guerra dos nossos destacamentos produzem-se aqui e ali, acções de sabotagem, de resistência ao trabalho, realizados sob iniciativa popular...
Esta actividade de generalização da luta armada ao Leste e ao Sul do País que é da inteira responsabilidade do MPLA, organização de vanguarda do Povo angolano, assustou os nossos inimigos, os colonistas portugueses e os seus aliados imperialistas.
Assim enquanto os primeiros, os colonialistas portugueses, reforçam à pressa com tropas e material de guerra e seu efectivo no nosso districto de Moxico e à custa de esforços financeiros superiores às suas capacidades, os imperialistas, esses tentam sabotar a nossa acção, estabelecendo confusão na nossa luta pela criação de grupos a carácter tribal ou regional nos Países limítrofes onde a liberdade de acção é negada ao MPLA e que com o rotulo de nacionalistas procuram fazer acções de desespero de pura propaganda.
Um desses grupos é a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) cujo dirigente é Jonas Savimbi, bem conhecido dos nossos militantes pelas suas manobras e falso nacionalismo demonstrado já quando fazia parte do chamado «grae».
O malogrado ataque a Teixeira de Sousa com grupos de angolanos vindos de Katanga, desorganizados e desarmados é um acto de desespero em que perderam a vida tantos patriotas, enganados pelas falsas promessas da UNITA, só serviu a propaganda e o interesse pessoal de Jonas Savimbi.
Nós fazemos um apelo a todos os jovens e patriotas angolanos refugiados na Katanga para que participem efectivamente na luta de libertação do nosso Povo, de Teixeira de Sousa e de todas as cidades do nosso País, integrando-se nos destacamentos de guerrilha do MPLA, porque só a nossa organização segue ideias e métodos justos na luta contra o colonialismo português e os seus aliados imperialistas.
Doc. 002.5.1.67
O COMITÉ DIRECTOR DO MPLA
«Esclarecimento aos militantes», documento do MPLA sobre ataque a Teixeira de Sousa (Doc. 002)
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