Programa do Angola Combatente pelo 5º aniversário das 3 Gloriosas

Cota
0105.000.045
Tipologia
Texto de Análise
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel Comum
Autor
Angola Combatente
Data
Idioma
Conservação
Razoável
Imagens
5
PROGRAMA DO DIA 14 DE AGOSTO DE 1963 En tête de notre programme d'aujourd’hui, voici le message que la Voix de l'Angola Combattante adresse au Peuple Frère du Congo Brazzaville à l'occasion des fêtes commémorant les TROIS GIORIEUSES JOURNEES DU mois d'Aout de 1963. FRERES CONGOLAIS, Interprétant les sentiments du peuple angolais en lutte, la VOIX DE L'ANGOLA COMBATTANTE félicite chaleureusement le Peuple frère de la République du Congo pour le Cinquième anniversaire de la Révolution. Un salut très particulier est adresse aussi a nos frères et sœurs de la Voix de la Révolution Congolaise. Le Peuple de l'Angola ne pourra jamais oublier l'accueil fraternel et affectueux ainsi que la solidarité active sue vous décesser de lui prodiguer su cours au cours de la guerre de libération. Nous formulons nos meilleurs veaux pour que le Peuple congolais obtienne toujours de nouveaux succès dans le combat qu’il mère pour la consolidation de l’indépendance at de l'unité dans le Progrès et le bonheur. Vive la Révolution congolaise! Vive l'Angola combatante! A República do Congo Brazzaville comemora neste período o quinto aniversário da Revolução desencadeada nas três gloriosas jornadas de 13, 14 e 15 de Agosto de 1963. Há cinco anos portanto os trabalhadores e o povo congolês, demonstrando um elevado espírito de consciência nacional, declararam uma greve geral e saíram em massa para a rua para exigir que se pusesse um termo à corrupção e à paralisia dos organismos de estado. A repressão que as autoridades de então tentaram contra as legítimas reivindicações populares encontraram pela frente uma massa unida forte e organizada que acabou por triunfar e pôr à frente dos destinos do País uma equipe mais representativa dos interesses nacionais. Consciente dos problemas de toda a ordem que o Congo enfrentava nessa altura, a nova equipe dirigente delineou uma via revolucionária para alcançar a consolidação da Independência e lançar as bases da construção do progresso nacional. Durante este primeiro quinquénio da Revolução houve naturalmente períodos de natural hesitação provocados pela necessidade de adaptar aos novos problemas e às novas situações, as instituições saídas de condições revolucionárias muito particulares. Tais adaptações provocaram alguns naturais sobressaltos que o espírito cívico do Povo congolês conseguiu sempre controlar e diluir da melhor maneira, sem que por isso tivesse necessidade de abdicar da via revolucionária que empreendeu. Claro que os inimigos de África e em particular os colonialistas portugueses nunca deixam escapar uma oportunidade para fazer crer que esses sobressaltos significam a falência da via revolucionária, e para isso não hesitam recorrer à notícia fabricada, ao boato e à calúnia. Tais notícias falsificadas, tais boatos e tais calúnias não traduzem mais do que a ânsia maquiavélica do inimigo de ver os seus desejos transformados em realidade. O que é certo é que, por muito que doa aos colonialistas portugueses e aos seus amigos, o Povo e os dirigentes do Congo-Brazzaville continuam conscienciosamente o caminho revolucionário traçado para a edificação do Progresso do País e da felicidade das suas populações. O Povo combatente de Angola, de mãos dadas com os povos combatentes de África saúda o quinto aniversário da Revolução congolesa, certo de que as vitórias alcançadas pelo Povo congolês são um contributo firme para a vitória do Povo de Angola na sua luta pela independência. Viva a Revolução Congolesa! Viva Angola Combatente!   TAM TAM Preparamos cuidadosamente o terreno para acções cada vez mais decisivas: Muitas vezes com alguns meses de atraso não cessam de chegar à Direcção do MPLA mensagens diferentes provenientes dos nossos grupos que actuam nas nossas sanzalas, vilas e cidades. Todas essas mensagens dão informações preciosas e manifestam o entusiasmo ardente dos nossos militantes que lutam ainda sem armas na mão nos centros populacionais. Num dos próximos programas faremos eco de algumas dessas informações que nos pareceram capazes de ajudar a apurar a organização dos grupos e dos comités em acção, que não cessam de apelar para que lhes sejam fornecidos os meios próprios para novas formas de actividade revolucionária. Poderão assim acelerar o processo da generalização da luta armada, o que equivale a dizer que se acelerará a liquidação do colonialismo português. O MPLA não deixará de dar as palavras de ordem necessárias em cada momento oportuno e volta a chamar a atenção de todos os nossos grupos actuando na rectaguarda do inimigo para a necessidade de apurarem e consolidarem a sua organização e os seus métodos de trabalho conspirativo. Um grupo organizado não será nunca destruído pelo inimigo, mesmo se um ou alguns dos seus membros forem interceptados pela PIDE. Desde já, todos os nossos grupos que ainda não o fizeram, devem adoptar uma estrutura que os torne impermeáveis à PIDE e aos bufos. Isso quer dizer que a solidez e a eficácia de um grupo dependem da maneira como ele evitar a infiltração do inimigo no seu seio. Assim, é necessário que aqueles dos camaradas que mostrarem melhores qualidades revolucionárias se preparem para passar à acção clandestina logo que as circunstâncias o exijam, quer dizer devem preparar-se para abandonar a sua vida normal e a viver fora do controle das autoridades colonialistas e apenas em ligação com os organismos revolucionários. Esses camaradas devem ser escolhidos entre aqueles que deram provas de um elevado grau de disciplina, de capacidade, de auto-controle, de sangue-frio e de métodos de trabalho. São eles e só eles quem por enquanto deve controlar a formação de novos grupos e seleccionar os mais aptos para as tarefas revolucionárias. Devem multiplicar-se os grupos de escuta dos programas de rádio do MPLA e o conteúdo e as palavras de ordem desses programas devem ser amplamente difundidos nas sanzalas, nos bairros e nos locais de trabalho. O trabalho de propaganda deve ser orientado no sentido de mobilizar os militantes a estarem prontos para corresponder ao primeiro apelo que lhes for transmitido pela organização, sejam quais forem os sacrifícios que tiverem de ser feitos. Cada grupo deve preocupar-se profundamente em acumular dados sobre toda a actividade do inimigo. Assim, cada grupo deve fazer um inventário dos diferentes centros e das diferentes actividades do inimigo, tais como situação dos quartéis, depósitos de armamento, dos postos emissores oficiais e particulares, dos bancos, dos correios, das residências das principais autoridades administrativas, militares e da Pide; movimento de tropas, patrulhas, chegada e saída de comboios e navios transportando tropas ou material de guerra, localização de aeroportos e heliportos, horários dos comboios de passageiros e de mercadorias, situação dos depósitos de gasolina e dos grandes armazéns de recolha de produtos agrícolas e de minério. Esses dados depois de devidamente comprovados devem ser fichados pelo responsável de grupo que aguardará a melhor oportunidade para os fornecer à Direcção do seu sector que sabe que uso deve fazer deles. Cada acção deve ser minuciosamente estudada e planificada e mesmo, quando as condições o permitam deve ser ensaiada. Cada informação recolhida deve ser cuidadosamente verificada, para que seja possível distingui-la do boato e do “diz que”. Cada acção deve ser feita com a preocupação de não deixar o menor rasto. O contacto com a Direcção, deve ser procurado a todo o custo. Quer dizer que cada responsável fará o seu melhor para que os elementos que conseguir colher cheguem ao conhecimento dos mais responsáveis. Dessa maneira não será difícil estabelecer-se a coordenação entre a guerrilha do MPLA e as diferentes redes de apoio espalhadas pelo País, nos quimbos, nas vilas e nas cidades. Organização e estrutura conspirativa são neste momento as tarefas urgentes dos grupos que trabalham na legalidade. Grupos de escuta e recolha de informações constituem o complemento que dará vida nos grupos organizados. ORGANIZADOS, VENCEMOS! TAM TAM TAM NOTICIÁRIO Por ocasião do 5º aniversário da Revolução congolesa o Presidente do MPLA e o Comité Director enviaram mensagens de felicitações ao Presidente da República do Congo, ao Conselho Nacional da Revolução e ao Primeiro ministro do governo congolês. Por outro lado, a OMA, a Juventude do MPLA e a Unta enviaram mensagens de solidariedade à URFO, à Juventude congolesa e à Confederação sindical congolesa. Ainda a propósito das festividades do 5º aniversário, numerosas delegações governamentais, europeias, africanas, asiáticas e latino americanas estão constantemente a chegar a Brazzaville. Entre essas delegações conta-se uma delegação da Frente de Libertação do Vietnam do Sul. - Regressaram de SOFIA, capital da Bulgária, os guerrilheiros e os militantes do MPLA que representaram Angola no Festival Mundial da Juventude. A delegação do MPLA composta de cerca de cinquenta jovens saídos de todas as regiões do País, incluía alguns camaradas mutilados de guerra. Os 25 mil jovens de todo o Mundo que participaram no festival ovacionaram vibrantemente a nossa delegação, numa calorosa manifestação de solidariedade para com a nossa luta de libertação. Durante o Festival os diferentes delegados do MPLA tiveram oportunidade de se encontrar em reuniões bilaterais com dezenas de delegações de outros países que queriam melhor informar-se das condições da nossa luta. Algumas dessas delegações não deixaram de manifestar um apoio concreto à causa de libertação do povo angolano. A coligação sinistra da África do Sul de Portugal e da Rodésia assume proporções cada vez maiores. As visitas recíprocas, os seminários e os acordos militares e económicos assinados nos últimos meses testemunham claramente os planos maquiavélicos que os racistas os fascistas e os colonialistas estão tramando contra a liberdade dos nossos povos. O que não deixa de causar apreensões e o facto de a opinião afrikaander estar alarmada pela incapacidade das autoridades portuguesas de pôr fim à guerrilha em Angola e em Moçambique. E a preocupação afrikaander é tal que em Petrória se está assistindo a uma campanha se está organizando no sentido de levar as tropas da África do Sul a intervir na guerra de Angola, o que não deixaria de criar sérias contradições entre as tropas portuguesas e os soldados afrikaander, já que estes com o seu apurado racismo consideram os portugueses pobres, e portanto os soldados, como brancos de segunda. Com afrikaander ou sem eles, o Povo angolano vencerá, razão porque o governo português fará melhor em aceitar os princípios internacionais que condenem o colonialismo e a reconhecer o direito dos povos que oprime à auto determinação e à independência. FIM
Programa do Angola Combatente de 14 de Agosto para comemorar o 13, 14, 15 de Agosto, 3 gloriosas da Rep. do Congo Brazzaville
A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.