Comunicado de Guerra do MPLA nº 2/69

Cota
0110.000.013
Tipologia
Documento militar
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel Comum
Autor
Comité Director do MPLA
Locais
Data
Idioma
Conservação
Bom
*[Papel timbrado: M.P.L.A. - Alger] COMUNICADO DE GUERRA Nº 2/69 246 SOLDADOS PORTUGUESES POSTOS FORA DE COMBATE, 17 TRAIDORES MORTOS E 5 FERIDOS, 2 BARCOS AFUNDADOS – TAL É O BALANÇO DAS ACTIVIDADES EM ALGUNS SECTORES DA FRENTE DE LESTE, AO INICIAR ESTE NOVO ANO Ao regressar a Lisboa em Dezembro último, depois duma viagem de inspecção a Angola, o ministro do exército português declarou: “Em Angola morre-se, é-se ferido, fica-se estropiado. Esta é a realidade que a Nação deve ter presente.” E ficou assim exposta, em poucas palavras, a tragédia do colonialismo português em Angola. Em 1969 as actividades do MPLA redobraram de intensidade, de tal sorte que haverá mais mortos, mais feridos e mais estropiados dentre os soldados portugueses. NO DIA 3 DE JANEIRO DE 1969, uma viatura inimiga transportando soldados colonialistas do quartel de Jimbi para o de Caianda caiu numa mina colocada pelos guerrilheiros do MPLA. A viatura ficou reduzida a destroços e todos os seus vinte ocupantes morreram. NO MESMO DIA, uma viatura inimiga que se deslocava de Mavinga a Lukoleu, caiu numa emboscada do MPLA. 6 soldados portugueses foram mortos, bem assim como 10 fantoches. Não houve baixas da parte dos valorosos combatentes do MPLA. NO DIA 4 DE JANEIRO os guerrilheiros do MPLA montaram uma emboscada a 500 metros do quartel de Caianda. Pelas 15 horas caiu nela uma coluna de infantaria colonialista. Desta acção resultou a morte de 14 soldados portugueses e uma vintena de feridos. NO DIA 13, 3 viaturas “Unimog” com soldados colonialistas que se dirigiam do quartel de Ntiengo ao Lupire, caíram numa emboscada dos guerrilheiros do MPLA. As três viaturas ficaram seriamente danificadas e 38 carrascos colonialistas foram postos fora de combate. Utilizando mais uma vez a sua táctica do desespero, a aviação inimiga bombardeou e metralhou a área em que se passou a acção, o que causou a morte de três pessoas do Povo, dentre as quais uma criança de três anos de idade. NO MESMO DIA os guerrilheiros do MPLA armaram uma emboscada a uns duzentos metros do quartel de Caianda. Um grupo de assassinos foi posto em debandada depois de poucos segundos de combate: 31 fascistas foram postos fora de combate. NO DIA 14 um grupo de patrulha do MPLA armou uma cilada a um bando de invasores colonialistas que se dirigia às lavras das populações para roubar. O castigo do MPLA não se fez esperar: os bandidos caíram num campo minado, tendo sofrido uma dezena de baixas. NO DIA 15 um grupo de guerrilheiros do MPLA atacou dois barcos portugueses que navegaram nas águas do Zambeze. Os dois barcos foram afundados e os seus 60 ocupantes permaneceram. NO DIA 21 DE JANEIRO, um grupo de soldados colonialistas acompanhadas de alguns traidores, em missão de “detenção e destruição”, foi detectado e atacado pelos guerrilheiros do MPLA. O balanço é pesado para o inimigo: 33 baixas. NO DIA 23, os guerrilheiros do MPLA atacaram um grupo de soldados fascistas que deixando os seus barcos no rio Lundozi, se infiltraram em território controlado pelo MPLA, tentando surpreender os guerrilheiros do MPLA. Mas estes sempre vigilantes abriram fogo sobre os assassinos que foram forçados a recuar depois de terem sofrido 24 baixas. NO DIA 24 DE JANEIRO, pelas 20 horas, os guerrilheiros surpreenderam um bando de tropas auxiliares portuguesas e de alguns traidores. Tomados de pânico, os bandidos fugiram em debandada com vários feridos e deixando seis mortos no terreno. O MPLA capturou 6 carabinas Mauser. A VITÓRIA É CERTA; O COMITÉ DIRECTOR DO MPLA *[Carimbado: Comité Director do MPLA] Angola, 6/2/69 mm

Comunicado de Guerra do MPLA nº 2/69, com resumo de actividades militares no mês de Janeiro de 1969 na Frente Leste (Angola).

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