Kojo Tsikata
Kojo Tsikata nasceu em Kila, no Ghana, e fez os estudos secundários em Acra, onde se filiou na Liga Juvenil do Convention Peoples Party de Kwame Nkrumah. Após a independência do Ghana especializou-se em tropas blindadas na academia militar na Grã-Bretanha. Com a crise pós-independência no Congo (actual RDC) dirigiu por algum tempo as tropas ganesas do contingente da ONU na província do Kasai. Ali conheceu angolanos e em 1964, com conhecimento do Presidente Nkrumah, contactou o Presidente do MPLA, Agostinho Neto, para dar a sua contribuição na luta armada de libertação de Angola. Primeiro estrangeiro integrado na guerrilha, foi conselheiro do então Comandante da 2ª Região Militar, Hoji Ya Henda, e participou em missões de reconhecimento, emboscadas e na 'Operação Macaco' em Cabinda. Após o golpe de Estado no Ghana que derrubou Nkrumah (Fevereiro de 1966) juntou-se ao seu Presidente em Conakry, com apoio do MPLA, continuando a actividade política clandestina. Em 1969, o restabelecimento do regime parlamentar no Gana permitiu-lhe retomar a actividade política no seu país. Após novo golpe militar em 1972, foi novamente preso (Novembro de 1975) e, posteriormente, condenado à morte, evitada pela intervenção diplomática pessoal de Agostinho Neto. Em Junho de 1979, quando Kojo se encontrava em Angola, Jerry Rawlings, capitão da Força Aérea ganesa, tomou o poder instaurando um governo progressista e próximo das ideias de Nkrumah. Kojo foi um destacado dirigente nos diversos mandatos de Rawlings. Pelas relações estabelecidas com Angolanos na luta de libertação, tornou-se o principal emissário entre os dois Estados. A 20 de Novembro de 2021, 'Carlos Silva' – Kojo Tsikata, faleceu em Accra, com 85 anos. A sua correspondência com Lúcio Lara entre os anos 1966 e 1978, algumas fotografias e outros documentos encontram-se no Arquivo Lúcio Lara.